EUA rejeitam pedido de Annan de US$ 1 bi para combater aids

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Por Agencia Estado
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Os Estados Unidos rejeitaram, hoje, um pedido da secretaria-geral da Organização das Nações Unidas de uma contribuição de US$ 1 bilhão, em 2005, para o Fundo Global de Combate à Aids. E de forma bastante seca: isto ?não vai acontecer?, disse Randall Tobias como resposta à mensagem que Stephen Lewis, o enviado especial da ONU à África, trazia de Kofi Annan. Lewis, em compensação, comparou essa posição americana à decisão de declarar guerra ao Iraque sem o endosso da ONU. ?Isto demonstra, da parte do embaixador Tobias, inabilidade para reconhecer o modo pelo qual o mundo realmente funciona?, disse Lewis à Associated Press. Tobias, o coordenador global para aids dos EUA, disse que seu país este ano gastará US$ 2,4 bilhões, quase duas vezes mais que as doações do resto do mundo combinadas. Qualquer contribuição adicional ao Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, da ONU, seria desnecessária, afirmou. ?Não acho que haja qualquer vantagem nisso?, o embaixador declarou em uma entrevista coletiva, durante a Conferência Internacional da Aids. Para ele, o que o Fundo Global precisa é centrar suas energias em acelerar suas infraestreturas e capacidades ?assim poderíamos colocar os recursos do Fundo Global já coletados no banco... e colocá-lo para funcionar?. Washington já enfrentou uma tempestade de críticas, na conferência, por causa de sua política de fundos, especialmente pelo Plano de Emergência para a Aids, de US$ 15 bilhões em cinco anos, dirigido principalmente ao Vietnã e 14 países da África e Caribe. Os ativistas reclamam que esses países foram escolhidos por dividirem a filosofia de pressionar pela abstinência sexual, como ferramenta para evitar a aids, de preferência ao uso de preservativos. Eles dizem que os EUA deveriam, em vez disse, destinar parte desse dinheiro ao Fundo Global, que atinge 128 países. Numa entrevista à rede BBC, ontem, o secretário-geral Kofi Annan tinha expressado esperança de que os EUA destinassem pelo menos mais US$ 1 bilhão ao Fundo Global, que tem um orçamento bastante apertado de US$ 3,6 bilhões para 2005. Hoje, Tobias foi bastante duro em cortar suas expectativas.

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