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EUA pressionam países pobres sobre genéricos na OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos passam para a ofensiva para evitar que a Organização Mundial do Comércio (OMC) adote, até o final do ano, um acordo que prevê o acesso facilitado de remédios aos países em desenvolvimento. Em uma carta enviada no dia 25 de outubro pela Casa Branca aos ministros de comércio dos países do sul da África, os norte-americanos pedem que os governos "instruam seus diplomatas em Genebra para trabalhar com os Estados Unidos" no que se refere ao acordo de patentes. Ao pressionar os países africanos, o objetivo é enfraquecer a posição do Brasil, que defende que todos os países tenham o direito de importar remédios genéricos. Já os Estados Unidos preferem dar uma autorização temporária para a importação e cada caso seria estudado antes de ser aprovado. O problema é que a autorização e mesmo sua renovação acabaria sendo usada como uma moeda de troca dos Estados Unidos para barganhar benefícios em outras áreas. Além disso, a proposta defendida pelos norte-americanos prevê uma classificação dos países que poderiam importar remédios genéricos. Muitos governos que esperam contar com essa possibilidade para fornecer remédios a preços mais baratos â sua população seriam excluídos. Na carta enviada pela Casa Branca e assinada pela assessora da Representação de Comércio dos Estados Unidos para a África, Rosa Whitaker, Washington ainda alerta que os benefícios que governo africanos recebem ao exportar seus produtos têxteis poderiam ser prejudicados. Isso ocorreria se os africanos insistissem em manter um proposta na OMC de liberalizar o mercado de têxteis antes de 2005. "Espero que seus representantes em Genebra sejam instruídos imediatamente", completa a Casa Branca.

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