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'Eu não sou santo, mas também não sou esse monstro'

Entrevista com Eduardo Cunha, deputado do PMDB-RJ

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Foto do author Vera Rosa
Por Julia Duailibi e Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - Personagem principal da disputa pelo comando de Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acusou ontem setores do PT de inventar calúnias contra ele e disse que vai reagir sempre para garantir o espaço do PMDB no governo.

 

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Como o sr. responde às denúncias que citam seu nome em irregularidades em Furnas?

 

A minha reação se deu muito mais a um tipo de processo que estava sendo desencadeado. Dentro da política, você pode fazer o que quiser. Desde que negociado. Se o espaço "a" não vai ficar com o seu partido, tudo isso é da política. O que você não pode é dar curso a calúnias apócrifas. Eu não sou santo, mas também não sou esse monstro.

 

O sr. concorda com essa substituição do presidente Furnas?

 

A presidente tem todo direito de nomear e demitir quem quiser. Se ela acha que a atribuição do grupo de Furnas não está adequada, do ponto de vista profissional, tem todo direito de substituir. Não questiono isso. Ninguém nunca brigou pela manutenção de fulano ou beltrano. Queríamos que eles definissem a regra do jogo. Só isso.

 

Como recebeu as declarações de Jorge Bittar admitindo estar por trás de documento com acusações contra o senhor?

 

Eu preciso ficar com as palavras do ministro Luiz Sérgio: o cara era diretor, por que não reclamou na hora que estava lá? Ele assinou tudo. Por que não votou em separado ou denunciou à imprensa? Por que ele compactuou com isso quando estava lá? Depois que saiu passou a ser estranho? Tinha que ser estranho a todo momento. Não posso ser direito somente no dia que quero ser. Não pode ficar errado só agora que interessa a ele. Isso foi plantado para criar um clima na hora da decisão e dizer que não poderia deixar sob a tutela do PMDB.

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PMDB vai ficar com Furnas?

 

Estou falando que eu não tenho nada contra (mudanças). O PMDB não vai ficar com Furnas? Tudo bem, vai dar Chesf, qualquer outra coisa, trocou. Tudo bem. Vamos conversar. Dentro de um critério político aceitável. Sem sacanagem.

 

Governo deu indicativos de que Furnas ficará com o PMDB do Rio?

 

Isso é uma coisa que vamos conversar e o PMDB vai levar para o governo. Não é Eduardo Cunha. A indicação de Furnas nunca foi minha pessoal, foi da bancada. Para o líder do PMDB na Câmara deve continuar com o Rio.

 

Se ele entende, então a bancada do Rio vai propor soluções. A bancada vai se reunir amanhã (hoje), já comuniquei a eles esses quadros, eles vão dar sugestões.

 

O governo procurou o sr. após as polêmicas?

 

(Luiz) Sérgio me procurou no dia seguinte. Disse que não poderia dar curso a um documento apócrifo que entrou na caixa de e-mail dele.

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O PMDB está bem representado no governo?

 

Acho que o PMDB perdeu substância na representação. Isso é uma unanimidade.

 

Isso trará problemas políticos no Congresso?

 

Eu apresentei e vou apresentar emendas. Sou especialista em finanças. Agora não vou partir para irresponsabilidade e impor uma derrota ao governo. Achar que vou me vingar e impor um ônus para o País. Vou apresentar a emenda, R$ 560.

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