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'Eu não entrego', diz Virgílio sobre a relatoria da CPI das ONGs

Senador diz estar se preparando para apresentar seu plano de trabalho aos membros da CPI na reunião de hoje

Por CHRISTIANE SAMARCO E EUGÊNIA LOPES
Atualização:

O relator da CPI das Organizações Não Governamentais (ONGs), senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), disse nesta terça-feira, 9, que "não há a menor chance" de ele abrir mão da relatoria. Ao contrário, ele está se preparando para apresentar seu plano de trabalho aos membros da CPI na reunião marcada para esta tarde. "Se acharem que podem mais do que podem, que tomem a relatoria. Eu não entrego", avisou o senador tucano, que elaborou "um inventário bem completo", com 16 páginas, para apresentar à comissão.Não será fácil apresentar o roteiro de trabalho. Antes disso, os governistas querem que o presidente da comissão, Heráclito Fortes, responda à questão de ordem, formulada na semana passada pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que contesta a escolha do líder tucano para relatar os trabalhos, sob o argumento de que o posto cabe a um aliado do governo, tal como foi acordado."Se o Heráclito não responder, não daremos quórum para a reunião", afirmou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Heráclito alega, no entanto, que até agora não recebeu documento algum e só poderá responder os governistas caso haja quorum na reunião. O governo continua alegando que só vai instalar a CPI da Petrobras amanhã se o impasse em torno do comando da CPI das ONGs for resolvido hoje.O maior temor do governo é de que PSDB e DEM se aproveitem do comando oposicionista no inquérito das ONGs para investigar a Petrobras. "Vou buscar as irregularidades onde elas estiverem. Se for na Petrobras ou na Eletrobrás, não importa. Haverá investigação", afirma o líder Arthur Virgílio. De qualquer forma, o tucano antecipa que o roteiro que pretende apresentar logo mais aos colegas deixará claro que sua intenção é fazer "um trabalho sério" na relatoria. "Não vou me sujar por besteira, nem bater o pau contra o PT. Se tiver tucano suspeito de qualquer ilegalidade envolvendo ONGs, terá de responder por elas".

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