Maior doador individual do PSL, o empresário Wilson Picler, do grupo educacional paranaense Uninter, foi um dos primeiros a apostar no partido que abrigaria a campanha do então candidato Jair Bolsonaro. Ele doou R$ 800 mil à legenda. Dono de uma fortuna declarada de R$ 48,3 milhões, já foi deputado federal pelo PDT. Picler chegou a se inscrever na disputa por uma vaga no Senado, mas desistiu por não ter se desvinculado do conselho de administração da empresa.
Por que o sr. decidiu dar dinheiro ao PSL? Eu, como político, acreditei neste projeto, que está fazendo as reformas necessárias à nossa economia.
Foi uma iniciativa própria do sr. ou a pedido de políticos? Foi uma iniciativa própria. Eu é que procurei o PSL manifestando o desejo de apoiar a proposta de mudança no Brasil.
Qual era seu objetivo? Apoiar a estruturação do PSL no Paraná e ajudar a candidatura ao Senado. Estávamos preocupados, pois os outros partidos tinham o fundo partidário reforçado e nós, do PSL, não tínhamos nada.
Considera que a contribuição foi frutífera? Quando a Dilma Rousseff foi afastada e o Henrique Meirelles assumiu como ministro da Fazenda, ele declarou: “Estamos trabalhando em ritmo acelerado para evitar que o Brasil seja considerado insolvente, como é o caso da Grécia. Ainda não é o caso, mas falta pouco”. Claro que essa fala soou como alerta para os empresários. Eu, e muitos outros, nos sentimos na obrigação de ajudar e fazer alguma coisa. Precisamos de empregos, crescimento econômico, reformas estruturais. E isso está acontecendo. A sociedade ainda está dividida, mas creio que este remédio amargo fará bem ao Brasil.
É possível desvincular suas doações de sua empresa? As doações foram pessoais, diretamente para o partido, por transferência bancária, registrada no TRE e no IR (Imposto de Renda) da minha pessoa física e dentro do limite que a lei permite. Acreditei neste projeto de governo e continuo acreditando.