06 de outubro de 2009 | 20h14
O caixão com os restos de Bergson foi conduzido sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros. Estava coberto com a bandeira brasileira. Jovens com bandeiras vermelhas participaram do funeral e gritavam palavras de ordem, como "Tarda! Tarda! Tarda, mas não falha! Aqui está presente a juventude do Araguaia!".
A cerimônia foi acompanhada pelo ministro Paulo de Tarso Vanucchi, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, familiares, jovens universitários e políticos como o deputado federal José Genoíno (PT-SP), contemporâneo de Bergson. O ministro lembrou da campanha iniciada recentemente no rádio e na televisão, pedindo para que as pessoas ajudem a reconstruir a história brasileira vivida durante o regime militar de 1964.
Perfil
Bergson era estudante de Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) eleito em 1968. Foi preso no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna e, em 1968, excluído da universidade com base no Decreto-lei 477.
Em 1968, no Ceará, foi gravemente ferido na cabeça quando participava de manifestação estudantil na Praça José de Alencar. Em 1969, foi residir na região de Caianos, onde continuou suas atividades políticas. Em maio de 1972, foi ferido e morto em combate nas selvas do Araguaia.
A ossada de Bergson foi localizada em 1996, numa escavação feita na região do Araguaia, mas apenas 13 longos anos depois foi confirmada sua identificação. O anúncio oficial sobre a confirmação dos restos mortais foi feito em julho deste ano pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República e pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
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