Estiagem pode ajudar no combate à dengue

Por Agencia Estado
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O combate à epidemia da dengue está recebendo uma ajuda extra no Rio. Estações meteorológicas registram há 15 dias um quadro de seca na cidade, e a expectativa é de que essa tendência deve continuar até o fim do mês. A previsão, feita por meteorologistas do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, é animadora, principalmente se considerarmos que março é o último mês de chuvas. Em abril, tradicionalmente começa a estiagem. "A seca viria em ótima hora", avalia o professor da Fundação Oswaldo Cruz, Anthonny Guimarães. Ele afirma que a seca por um período de pelo menos um mês pode trazer benefícios para os rumos da epidemia de dengue. As chuvas são um elemento imprescindível para a expansão do número de casos. Quando elas diminuem, os ovos do mosquito Aedes aegypti não se transformam em larvas. Na seca, ficam apenas os mosquitos adultos, estejam eles contaminados ou não. "Esses mosquitos vivem cerca de 30 dias. Muitos já estão morrendo. Com menos insetos, a taxa de contaminação também diminui", explica Guimaraës. Mas para que a seca traga consequëncias para os rumos da epidemia ela tem de durar pelo menos 30 dias. "É uma trégua", compara o professor. "Para que ela tenha resultados efetivos é preciso que ovos sejam eliminados. Caso contrário, na próxima chuva, uma nova leva de mosquitos irá surgir." Caso a seca se confirme, diz o professor, a diminuição do número de casos deve começar a ser notada em 40 dias. "Seria ótimo que todos aproveitassem a chance e eliminassem agora os criadouros."

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