Estevão não fala em eventual ação judicial

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O senador cassado Luiz Estevão não revela a estratégia que deverá adotar para tentar recuperar o mandato. Ele disse que "ainda não sabe" o que pretende fazer perante o Senado para conquistar sua recondução ou pleitear uma nova votação. "A prioridade da minha vida é provar minha inocência no caso do Fórum Trabalhista", afirmou, referindo-se à ação penal em que é acusado formalmente de peculato, corrupção ativa, estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e uso de documento falso. O processo criminal contra Estevão e o juiz Nicolau dos Santos Neto está sendo conduzido pelo juiz Casem Mazloum, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo e deverá ser concluído em três meses. No fim da tarde desta quinta-feira, pouco antes de embarcar no Aeroporto de Brasília com destino a São Paulo, Estevão declarou: "Enquanto sou obrigado a carregar a pecha de ladrão, não me sinto credenciado a buscar uma vaga nem de síndico de prédio." O Ministério Público Federal o acusa de ter recebido o equivalente a US$ 39,5 milhões dos recursos desviados das obras do fórum. Os procuradores federais sustentam ainda que ele enviou US$ 1 milhão para conta de Nicolau na Suíça. Depois de acompanhar pela TV parte do relato da ex-diretora do Prodasen Regina Célia Peres Borges, o senador cassado avaliou: "O depoimento é devastador." Para ele, "é indiscutível que houve fraude na votação da cassação". Indagado se tem chances de reverter o quadro e vencer uma eventual segunda votação no Senado, Estevão diz: "Nunca fiz essa análise e não tenho pressa." Ele afirmou que, se estivesse "no pleno gozo dos direitos políticos", não concorreria a cargo eletivo antes da conclusão do processo criminal. "Não quero que digam que voltei em busca de imunidade." Estevão disse que há três semanas uma pesquisa da Soma Opinião e Mercado, de Brasília, mostrou que, se ele sair candidato a deputado federal, terá "duas vezes mais votos que o segundo colocado". Se tentar vaga de deputado distrital, "terá quatro vezes mais votos que o segundo". "Para senador sou um dos três mais votados", gaba-se. De acordo com os dados, 46% dos brasilienses "defendem sua volta ao Senado". "Mesmo diante desse quadro extremamente favorável, eu não disputaria uma eleição agora."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.