Estados Unidos concordam em fornecer mísseis

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Por Agencia Estado
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A concorrência no valor inicial de US$ 700 milhões, que vai determinar entre quatro ofertas internacionais a escolha do novo caça supersônico da Força Aérea Brasileira (FAB), entra na fase final de avaliação das propostas com o quadro indefinido. A disputa tem um favorito, o caça francês Mirage 2000-5Br, um preferido, o jato russo Sukhoi-35 Super Flanker, e todos os grupos concorrentes estão empenhados em uma corrida paralela envolvendo o fornecimento de mísseis de médio alcance. Uma arma que voa a mais de 4 mil quilômetros por hora e alcança alvos além do horizonte visual. Nesta terça-feira, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília anunciou que o concorrente americano, a Lockheed-Martin, obteve do governo americano a autorização para a venda de 12 caças F-16 Falcon CD Bloco 5052 - a versão mais avançada desse equipamento - com 48 mísseis ar-ar AIM-120 Amraam, de médio alcance, capacitados a atingir alvos na faixa dos 50 quilômetros além do alcance visual. Esse é o diferencial do sistema de combate do próximo avião de superioridade aérea da FAB. A Casa Branca relutava em aprovar o fornecimento desse pacote temendo provocar o desequilïbrio de forças na América do Sul. A opção do Peru, que comprou 60 mísseis russos AA-12 Adder (alcance de 48 km) em dois lotes de 30 para armar seus 16 supersônicos Mig-29 SE Fulcrum, mudou o cenário e facilitou a integração da proposta. Cada Amraam custa cerca de US$ 390 mil dólares, pesa 154 quilos e leva uma carga explosiva de 20,4 quilos. O sistema de guiagem por radar utiliza uma caixa inercial de navegação. Em contrapartida, o consórcio favorito, o Embraer-Dassault - que entra na luta associado a um amplo pacote de transferência de tecnologia e variada compensação comercial - incorporou na semana passada o fornecimento do sofisticado míssil Mica. Dirigido por radar e sensor infravermelho de quarta geração, é o único desse tipo a realizar missões de interceptação passiva, explodindo sua ogiva de 12 quilos contra o inimigo sem que sua presença seja detectada. A Embraer-Dassault acena ainda com a possibilidade de participar do desenvolvimento de um míssil leve de cruzeiro com raio de ação de 300 quilômetros e ogiva de 500 quilos, pretendido pela FAB. A parceria Avibrás-KnAAPO, que está na concorrência com o avião preferido dos pilotos, o impressionante Sukhoi-35 Super Flanker, gigante russo de 25 metros de comprimento e 34 toneladas de peso máximo, supera em volume os demais licitantes com três tipos diferentes de mísseis, um dos quais, o Amos IV, com alcance de 80 quilômetros. De acordo com a direção da Avibrás, de São José dos Campos, o sistema de armas que vier a ser escolhido terá a tecnologia aberta. O jato sueco Gripen JAS-39 usa o americano AIM-120 Amraam. O russo Mig-29, da Rac-Mig, está virtualmente fora da competição.

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