PUBLICIDADE

Estado de saúde de Genoino é questão humanitária, afirma Dilma

Em entrevistas a rádios de Campinas, presidente evita comentar prisões dos condenados pelo mensalão, mas manifesta preocupação sobre situação do ex-presidente do PT

PUBLICIDADE

Por Alterado às 13h
Atualização:

CAMPINAS - A presidente Dilma Rousseff se manifestou nesta quarta-feira, 20, sobre o estado de saúde do deputado federal José Genoino (PT-SP), um dos 11 condenados presos por envolvimento no mensalão. Em entrevistas a rádios de Campinas, Dilma disse que não comentaria as prisões dos réus, mas que, pessoalmente, nada a impede de fazer considerações sobre os aspectos "humanitários" da sentença.

PUBLICIDADE

"Eu manifestei de fato uma grande preocupação em relação à saúde do deputado federal [José] Genoino. Por dois motivos: porque eu sei as condições de saúde dele, que teve uma doença extremamente grave do coração e toma anticoagulante, e ao mesmo tempo é importante que eu diga que tenho uma relação pessoal com a família" , afirmou Dilma.

É a primeira vez que a presidente fala publicamente sobre o caso, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de mandar executar as penas dos condenados, entre eles o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. "Estive encarcerada com a mulher do Genoino durante a ditadura militar. Por isso manifestei a minha preocupação com a saúde dele em caráter estritamente pessoal", complementou Dilma.

O ex-presidente do PT José Genoino cumpre inicialmente pena de quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa. Seu advogado recorre da condenação por formação de quadrilha, que pode elevar a pena para seis anos e 11 meses, mais multa de R$ 468 mil. Genoino passou recentemente por uma cirurgia no coração para corrigir uma lesão na artéria aorta. A defesa do advogado aguarda resultados de perícia para atestar a necessidade de transferir o cumprimento da pena do regime semiaberto para o domiciliar.

Apesar da preocupação com a saúde de Genoino, Dilma afirmou que não comentará o caso por respeito à Constituição, que exige "dos presidentes dos poderes convivência harmônica". "Não me permito como presidente fazer qualquer observação, análise ou avaliação sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal. Isso não significa que eu não tenha as minhas convicções."

Depois de citar o artigo segundo da Constituição Federal, que trata da independência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), ela afirmou que como presidente da República tem que cumprir alguns requisitos. "Um deles é o absoluto respeito à Constituição."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.