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Está tudo errado no modo operacional do INSS, diz economista

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Por Agencia Estado
Atualização:

Está tudo errado no modo operacional do INSS, na avaliação do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fábio Giambiagi. De acordo com o economista, o INSS é uma espécie de "grande mãe benfeitora" para três grupos sociais, em particular: classe média, aposentados pela idade e despossuídos. "O INSS é saqueado anualmente por esses três grupos", afirmou Giambiagi, durante a Conferência "Previdência, Poupança e Desenvolvimento", realizada hoje em São Paulo. Para ele, o ideal é que o tempo de contribuição mínimo passe dos atuais 15 anos para, pelo menos, 25 anos. O pesquisador também defendeu durante sua palestra a diminuição da diferença de idade obrigatória para aposentadoria entre homens e mulheres. "Em 2002, 75% das mulheres que se aposentaram por tempo de serviço tinham até 54 anos", argumentou. Segundo ele, em outros países do mundo, é prática o cidadão trabalhar até os 70 anos de idade. "Este benefício privilegia especialmente as mulheres de classe média", acrescentou. Outro ponto que Giambiagi considerou como uma "aberração" é o fato de o pagamento previdenciário estar atrelado ao salário mínimo. "O indexador mais justo seria a inflação", defendeu. "Nenhum país do mundo dá aumento real para seus aposentados", disse, lembrando que, nos últimos dez anos, o INSS sofreu com aumento real em três situações: em 1995, em 1998 e no ano passado. De acordo com o economista, a agenda de reforma previdenciária deve encontrar dificuldades para ser aprovada. Ele admitiu que o INSS é a instituição pública brasileira mais atacada pela população, mas advertiu que há um "divórcio abissal" entre a realidade dos números e a percepção da população sobre estes mesmos dados.

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