Esquerda petista promete resistir à volta de Delúbio

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Por Clarissa Oliveira
Atualização:

Apesar de já ter angariado apoio em vários grupos no PT, o ex-tesoureiro Delúbio Soares terá de enfrentar resistências na esquerda petista em seu esforço para voltar aos quadros do partido. Se depender de alguns setores da legenda, o pedido de refiliação apresentado por ele nem sequer será incluído na pauta da próxima reunião do Diretório Nacional, em maio. A promessa de levar o assunto a debate foi feita pelo presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). Anteontem, ele recebeu de Delúbio uma carta em que o ex-petista avalia que a pena de expulsão imposta após o escândalo do mensalão foi dura demais diante dos erros cometidos. Representante da corrente Democracia Socialista, o secretário de Formação Política do partido, Joaquim Soriano, avisa que pretende se posicionar contra a análise do pedido. "Este é um assunto que não deve sequer ser discutido. Vou propor que não entre na pauta." A posição será seguida pela corrente Articulação de Esquerda, afirma Angélica Fernandes, também membro do Diretório Nacional. "Isso não deveria voltar à pauta do PT. É um assunto esgotado, que não agrega mais nada." Delúbio, entretanto, terá ajuda em várias alas do PT. Desde o ano passado, ele começou a angariar apoio dentro da corrente Construindo um Novo Brasil, antes conhecida como Campo Majoritário, que o tinha como um de seus integrantes. O grupo tem 42% dos 81 votos no Diretório Nacional. Mas dirigentes reconhecem que nem mesmo nesse grupo a refiliação é consenso. Alguns membros da corrente Novo Rumo para o PT, que reúne petistas ligados à ex-ministra Marta Suplicy e alguns aliados do ex-ministro José Dirceu, também prometem apoiá-lo. "Vou votar pela comutação da pena", diz o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). "Acho que o partido tem de ter tolerância", emenda o deputado Devanir Ribeiro (SP).

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