São Petersburgo - A presidente Dilma Rousseff não confirmou, nem negou que a expressão "terrorismo" tenha sido usada pelo grupo dos maiores países emergentes, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para se referir à espionagem supostamente feita pelos Estados Unidos. Nessa quinta-feira, 5, o porta-voz do gabinete presidencial russo, Dmitry Peskov, disse que os Brics teriam comparado a espionagem com "terrorismo". "Não vou dizer se alguém falou ou não falou porque posso não ter ouvido. Mas acho gravíssimo. É pior ou igual", disse Dilma nesta sexta, 6
Dilma afirmou que "não ouviu" o presidente russo, Vladimir Putin, usar a expressão "terrorismo" ao tratar da suspeita de espionagem dos Estados Unidos sobre terceiros países. "Você sabe que em uma reunião que tem russo, chinês e indiano eu posso não ter ouvido. Mas eu acho irrelevante essa comparação. É pior ou é igual. Acho que é gravíssimo espionar um país democrático", disse Dilma antes de retornar ao Brasil em entrevista no aeroporto de São Petersburgo.
"Não vejo como alguém defenda que espionar um país democrático, espionar a privacidade de pessoas, dos cidadãos e quebrar a soberania de um país possa ser algo simples", disse. "A gente tem de dar os nomes que as coisas merecem. Terrorismo é terrorismo e espionagem de país democrático é espionagem. Sem julgamento de valor", afirmou, ao comentar que os líderes dos cinco maiores países emergentes "não estavam satisfeitos" com o tema na reunião realizada nessa quinta antes da abertura do encontro de cúpula do G-20.
A revelação de que Dilma e seus assessores seriam monitorados pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) desagradou a presidente, que durante a entrevista desta sexta, afirmou que levará à ONU propostas por uma "nova governança contra invasão de privacidade".
Nessa quinta, depois de encontro com Dilma sobre assunto, o presidente Barack Obama prometeu uma resposta ao governo brasileiro até a próxima quarta-feira, 11.