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Especialistas destacam influência dos eleitores de centro

Por Roldão Arruda
Atualização:

A importância política dos eleitores situados no centro do espectro político, entre a direita e a esquerda, deve aumentar cada vez mais no País. De acordo com cientistas políticos, isso deve-se à clara tendência de fortalecimento do PSDB e do PT, com o conseqüente processo de bipolarização eleitoral. O tema esteve no centro de debates políticos realizados na semana que passou em Caxambu (MG), onde se reuniram cientistas políticos no encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Em um debate, Fernando Limongi e Lara Mesquita, da USP, apresentaram estudo sobre o comportamento do eleitor na capital paulista, onde estão os indicadores da polarização. Eles demonstraram que nos últimos 15 anos o mercado eleitoral paulistano foi controlado por três partidos - PT, PSDB e PP. Mais recentemente, com a perda de poder político do ex-prefeito Paulo Maluf (PP), tucanos e petistas ampliaram seu espaço. Para Limongi e Lara isso demonstra o fechamento do mercado. ?Estamos longe de observar a tão decantada fragilidade dos partidos brasileiros na arena eleitoral?, escreveram no estudo. No cenário nacional, a bipolarização tende a se acentuar na disputa presidencial. ?Uma vez que o PMDB não tem emplacado candidatos desde Ulysses Guimarães, na eleição presidencial que se avizinha teremos mais uma vez duas candidaturas fortes, do PSDB e do PT, dentro de um processo de consolidação da democracia?, assinalou Fabiano Santos, do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio (Iuperj). ?Vai ganhar quem conquistar o eleitor do centro.? Pela sua análise, o PT continuará sendo a opção do eleitor da esquerda mais moderada para o centro, enquanto o PSDB conquista votos da direita para o centro. Como nenhum dos dois tem força suficiente para levar sozinho o cargo, devem correr em direção ao centro. Para o PT, o maior desafio será conquistar a classe média do Sul e Sudeste, que teria sido a menos beneficiada no atual governo: enquanto a concentração de investimentos no Nordeste levou algumas localidades a experimentar taxas de crescimento de 10% ao ano, a classe média do Sul e Sudeste não alcançou nem a metade daquele índice.

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