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Escuta comprova que Landim recebeu dinheiro de traficante

Por Agencia Estado
Atualização:

No início de abril deste ano, o deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE), suspeito de chefiar um esquema de venda de habeas corpus, teria recebido pelo menos R$ 94 mil do traficante Leonardo Dias Mendonça (o Léo). Uma escuta telefônica feita pela Polícia Federal, mostra que o intermediário na negociação foi Sílvio Rodrigues da Silva, ligado ao narcotráfico. ?O baixinho (Léo) passou um pouco de dinheiro (...) E passou pra mim dar pro Pinheiro, aqui R$ 94 mil?, diz Silva ao secretário do traficante, Luiz Fernando Gonçalves da Silva. Mas a negociação envolveria bem mais do que isso. Em uma primeira conversa, gravada pela PF no dia 8 de abril, Sílva tenta encontrar uma conta bancária para que o dinheiro seja depositado. A primeira parte seria de R$ 120 mil, em uma negociação que deveria ser concretizada em R$ 240 mil. O dinheiro, provavelmente era para libertar o traficante Amarildo Oliveira Beirigo ou os colombianos Daniel Gomes Canon, José Ruben Restrepo Aguilar e Efrain Ocampo Ortiz. As altas somas movimentadas pelos traficantes já estava dando problemas. Tanto é que uma das contas fantasmas abertas por eles foi identificada pelo gerente de um banco. Dos valores que estavam depositados nela, não havia emissor, apenas a procedência, que era o Rio de Janeiro. Mas a solução vinha sempre de forma rápida. No diálogo gravado neste dia, Sílvio se mostrava preocupado em arrumar uma conta nova, que não despertasse suspeitas. ?Pois é, então vocês arruma outra (conta) que eu não tenho mais não, né? Eu só tenho essa dai?, diz o intermediário de Landim e traficantes, referindo-se à conta fantasma. ?O seu Antônio ficou de arrumar uma?, acrescenta Sílvio, falando do motorista do deputado, José Antônio de Souza, que também ajudava nas intermediações entre o parlamentar e Dias Mendonça. Depois de muita negociação, ficou decidido que o dinheiro seria depositado na conta de uma mulher chamada Marleide, que a PF não conseguiu localizar. Entre os intermediários, havia Francisco Olímpio de Oliveira, o Comprido, que é considerado laranja de Landim, mas que, pelo teor das gravações, não parece ter a confiança total do parlamentar. Na conversa com Luiz Fernando, Sílvio afirma que o deputado pediu que não fosse passado nenhum dinheiro para contas enviadas por Olímpio. ?O Olímpio na minha cola passando conta e tal, e o Pinheiro: não atende ele, não recebe conta dele (...) não mandar dinheiro na conta que ele mandar, não?, diz Sílvio a Luiz Fernando. O tráfico e suas conexões

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