28 de setembro de 2016 | 20h57
Brasília - Um dia após o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, rechaçar a ideia de o governo ter um porta-voz, o presidente Michel Temer anunciou o diplomata de carreira Alexandre Parola para o cargo. A escolha de Temer reforça o discurso do secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, que defendia um porta-voz para alinhar a comunicação da equipe.
Nos bastidores, especula-se que por trás dessa iniciativa existe a intenção de esvaziar parte do poder da Casa Civil, pasta à qual a Secretaria de Comunicação Social (Secom) é subordinada.
A escolha de Parola aconteceu após outras três tentativas do governo - incluindo a recusa do jornalista Eduardo Oinegue, na semana passada. Parola também exerceu o cargo durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Em entrevista à Jovem Pan ontem, Padilha disse que “a ideia do porta-voz, neste momento, não é mais muito importante, porque presidente está se convencendo de que é dele que tem que surgir a orientação do que deve ser dito. É preciso apenas estabelecer uma metodologia e uma rotina para isso”, disse o ministro.
A avaliação que prevaleceu no Planalto, entretanto, é que o governo precisa afinar e concentrar o discurso de suas ações para evitar ruídos e desgastes, que o obrigou a ter seguidos "recuos".
A figura do porta-voz será a responsável por dar um briefing aos jornalistas para divulgar a posição oficial do presidente e do Planalto sobre os assuntos diários. A ideia de ser um diplomata teve como objetivo ter alguém que repasse a opinião do governo, com sobriedade, sem qualquer juízo de valor.
Perfil .Nascido no Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1965, Parola entrou no Itamaraty em 1987, mas tornou-se diplomata apenas no ano seguinte, após a conclusão do curso. Atualmente era diretor do departamento econômico do Itamaraty. Ele ocupava o cargo desde agosto do ano passado. Em sua carreira de diplomata, Parola serviu a diversas embaixadas fora do país, incluindo Londres, Santiago e Washington.
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