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Escola onde FHC abriu o ano letivo não funcionou hoje

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de toda a pompa no lançamento do programa de Bolsa-Escola e de abertura oficial do ano letivo pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na segunda-feira, não houve aula hoje na escola estadual de Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal. O motivo foi a confusão na matrícula dos alunos de 5ª série, que não estudarão mais nesse estabelecimento. Eles serão transferidos para outras instituições estaduais. A transferência dos estudantes ocorreu por causa da falta de espaço físico para abrigar os alunos de 5ª série, segundo uma funcionária que não quis se identificar. Com dez salas de aula e oferecendo quatro turnos, a escola chega a ter 600 estudantes por turno. A todo são mais de 2 mil alunos. Hoje no começo da tarde não havia professores no local. Também não houve aula à tarde, por motivo semelhante. A presença de Fernando Henrique na cerimônia de segunda-feira, em que cada discurso era precedido de uma longa queima de fogos de artifício, levou a Secretaria da Educação de Goiás a reformar o prédio da escola estadual às pressas, investindo R$ 25 mil em pintura e na estrutura elétrica e hidráulica. Do lado de fora, foi providenciado calçamento pela prefeitura. Em Águas Lindas de Goiás, a 42 quilômetros de Brasília, não há rede de esgoto e o prefeito José Zito de Siqueira (PSDB) estima em 6 mil o número de alunos excedentes, ou seja, para os quais não havia vaga prevista no começo do ano. Por isso, a prefeitura alugou oito prédios e determinou que todas as crianças sejam matriculadas, independentemente do tamanho das turmas. Segundo a secretária da Educação, Eva Carvalho, as salas de 1ª a 8ª série abrigam em média 50 alunos. Ao assumir o cargo, Eva Carvalho encontrou uma situação de descontrole administrativo. "Não havia documentos nem registro de nada", contou a secretária. Os salários dos professores estavam dois meses atrasados, apesar de os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Eva espera normalizar a situação em abril. O município foi incluído no relatório da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados sobre irregularidades no Fundef, que apontou desvios em 359 municípios em 19 Estados.

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