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Escassez de matas acirra conflitos no Pará

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Por AE
Atualização:

Há cerca de cinco anos, as serrarias de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, estavam com os pátios cheios de toras e tinham alta produtividade. O subproduto de sua atividade, a serragem, alimentava com folga as fábricas de tijolos e telhas instaladas na cidade. O quadro mudou desde então. As árvores nas áreas de exploração legal ficaram mais escassas. A busca por madeira nas reservas extrativistas aumentou, gerando denúncias de desmatamento ilegal. E a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que multou e embargou empresas, se intensificou.Foi nesse contexto que ocorreu o assassinato dos líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e de sua mulher, Maria do Espírito Santo, há duas semanas. Eles eram militantes da causa ambientalista, queriam manter a floresta em pé, enquanto parte dos demais assentados na reserva Praialta-Piranheira preferia fazer negócios com os madeireiros, "limpar" o terreno, fabricar carvão e criar gado.A crise de produtividade das madeireiras pode ser medida pelo que ocorreu nas cinco fábricas de tijolos de Nova Ipixuna. Há dois anos, elas passaram a "importar" serragem de cidades como Goianésia e Parauapebas. "Ou a floresta acabou ou ficou muito longe", disse o administrador da Cerâmica Modelo, Jhony Rodrigues. "Até pouco tempo atrás, nunca tivemos esse problema de falta de matéria-prima." "Donos" das poucas fontes ainda disponíveis de madeira na região, os assentados na reserva onde viviam José Cláudio e a mulher passaram a ser mais assediados por empresários e atravessadores, segundo relatos colhidos pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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