Equipe médica queria internar Dilma em São Paulo

Agenda oficial mostra que presidente tampouco acatou orientação de reduzir carga de trabalho

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Por Redação
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BRASÍLIA - Diagnosticada com uma pneumonia, a presidente Dilma Rousseff contrariou recomendação dos médicos do Hospital Sírio Libanês, que sugeriram até uma internação, e manteve uma agenda agitada para uma convalescente.

 

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A análise da agenda oficial de Dilma - a extraoficial não registra encontros com assessores - mostra um ritmo mais intenso do que o prescrito. No dia 2, mal havia desembarcado em Brasília da viagem a São Paulo, a presidente encontrou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

 

Depois, foram mais nove reuniões com ministros, além de encontro com o presidente da Alemanha, Christian Wulff, e participação na Marcha dos Prefeitos. Apesar de cancelar a viagem ao Paraguai por motivos de saúde, a presidente reuniu-se nesta sexta-feira, 13, com o governador Eduardo Campos (PSB-PE).

 

Não bastasse isso, Dilma teria descuidado do sono e da alimentação. Os efeitos dessa rotina motivaram comentários sobre o abatimento de Dilma, principalmente na Marcha dos Prefeitos.

 

A insistência em manter uma agenda agitada veio acompanhada de outro contragosto para a equipe que a acompanha. Médicos do Sírio Libanês deixaram escapar que desaprovaram o fato de Dilma ter sido vacinada contra a gripe no dia 25, mesmo com sinais da doença. Sem falar no uso de um remédio para reduzir os sintomas, considerado um erro primário pelos profissionais.

 

O infectologista David Uip, da equipe do médico da presidente, Roberto Kalil, descarta essa avaliação. "A recuperação da presidente está dentro do previsto."

 

Durante dez dias, ela foi submetida a um tratamento com dois antibióticos. "Embora essenciais para tratar a infecção, antibióticos muitas vezes trazem algum grau de abatimento", disse Uip. O médico negou que o ritmo de trabalho de Dilma tenha atrasado sua recuperação.

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Sem preocupação. Em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disseram que a recuperação de Dilma está dentro do esperado e que não há motivo para preocupação. "Eu disse a ela que está com uma aparência muito boa, mas que tem de descansar", afirmou Temer. / COLABORARAM DAIENE CARDOSO E GUSTAVO URIBE

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