Equipe do Ministério Público vai à Itália discutir extradição de Pizzolato

Procurador-geral afirma que comissão irá tratar da estratégia no processo com advogado que será contratado no país europeu

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Por Mariângela Gallucci
Atualização:

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira, 30, que uma equipe de integrantes do Ministério Público Federal viajará nos próximos dias para a Itália para discutir com um advogado que será contratado naquele país a estratégia de atuação no processo de extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Condenado a 12 anos e 7 meses por envolvimento com o esquema do mensalão, Pizzolato também tem cidadania italiana e fugiu para a Europa no ano passado. Descoberto, ele foi preso e aguarda decisão da Justiça italiana sobre o requerimento de extradição feito pelas autoridades brasileiras. De acordo com Janot, a pedido do Ministério Público, a Advocacia-Geral da União está contratando ou decidiu contratar um advogado na Itália para acompanhar especificamente esse processo. "Assim que houver a contratação, uma equipe do Ministério Público Federal irá à Itália para se entender com o advogado e estabelecer a estratégia de atuação no processo", afirmou o procurador-geral. Ele observou que já houve uma primeira manifestação do Ministério Público italiano favorável à extradição. No entanto, as autoridades daquele país querem saber se existe presídio no Brasil com condições de receber o ex-diretor do BB e se nesse estabelecimento penitenciário são respeitados os direitos humanos. Dirceu. Às vésperas de uma decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, sobre o pedido do ex-ministro José Dirceu para trabalhar fora da prisão, Janot voltou a dizer que concorda com o benefício. Ele não quis fazer avaliações sobre reclamações de que Barbosa estaria demorando para tomar a decisão. "O tempo judicial é um tempo, o tempo econômico é outro, o tempo social é outro, o tempo antropológico é outro", afirmou o chefe do Ministério Público Federal. O procurador também voltou a comentar a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o julgamento do mensalão teria sido 80% político. "O ex-presidente Lula, como todo cidadão brasileiro, tem o direito de externar a sua opinião. Eu só não concordo com ele", disse. Para Janot, o julgamento foi técnico e jurídico, baseado em provas e respeitou garantias constitucionais, como o direito de defesa.

 

 

 

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