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Envolvido em denúncias de corrupção, José Ignácio ingressa no PMDB

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (ex-PSDB), filiou-se nesta segunda-feira ao PMDB, depois de passar quase dois meses sem partido por causa crise que atinge o Estado desde abril, quando foi aberta a CPI da Propina para apurar as denúncias de corrupção e enriquecimento ilícito contra Ferreira e membros do alto escalão de seu governo. Segundo a direção do partido, 15 prefeitos, 66 vereadores e 4 deputados estaduais também deveriam deixar suas legendas nesta segunda e entrar para o novo partido de Ferreira. Na Assembléia Legislativa, o PMDB passa a ter oito deputados, apenas dois a menos que o PFL, líder das decisões e em número de parlamentares. A filiação aumenta as chances de o governador se livrar das acusações de corrupção sem ser julgado pela Assembléia Legislativa. Em agosto passado, a liderança do PMDB pediu que seus deputados votassem contra o pedido de impeachment de Ferreira. O processo foi adiante, mas acabou sendo "engavetado" pelo presidente da Assembléia, José Carlos Gratz (PFL). Agora, com os oito deputados do PMDB, ele está fortalecido, caso Gratz mude de idéia. Há suspeitas de que o governador teria prometido favores a deputados em troca de ajuda para abafar o escândalo que envolve também a primeira-dama, Maria Helena Ferreira, e seu irmão Gentil Ruy, preso por envolvimento em um dos casos de roubo de dinheiro público. Um exemplo disso é a "coincidência" entre a decisão do PMDB de votar contra o impeachment e a cessão de espaço do partido na TV para que Ferreira se defendesse e a nomeação do presidente em exercício do partido, Hugo Borges, para diretor-presidente da Ceturb, a empresa que gerencia o transporte urbano. "As duas coisas não têm relação. Eu já tinha sido funcionário do governo estadual (subsecretário de Agricultura) e, em agosto, voltei e fui para a Ceturb", diz o presidente do PMDB. Borges avalia a filiação do governador como um "passo para o fortalecimento do partido". Ele afirma não temer que a imagem do governador, manchada pelas acusações de corrupção, tenha uma repercussão negativa no PMDB. "Esse assunto já está encerrado. Ele não teve culpa de nada e todos sabem disso. Foi por isso que orientamos os deputados para votar contra o impeachment." Os inúmeros inquéritos envolvendo o governador que tramitam no Superior Tribunal de Justiça e no Ministério Público Estadual continuam. O próprio governador deve prestar depoimento na Polícia Federal nesta semana sobre o caso. Os partidos de oposição, por sua vez, tentam "desengavetar" o processo de impeachment na Assembléia. Nesta terça-feira, eles se reúnem para discutir como argumentarão na Justiça para que o impedimento do governador volte à pauta e seja votado pelos deputados. "Queremos estudar as melhores formas e ganhar mais apoio para a nossa ação, que deve ocorrer em breve", diz a presidente do PT, Iriny Lopes.

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