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Entrada de Datena no PSD pode ajudar candidatura de Pacheco ao Planalto

Apresentador deve ser candidato ao Senado; plano inclui Alckmin, de saída do PSDB para ser candidato ao Bandeirantes

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA — A decisão de José Luiz Datena de trocar o PSL pelo PSD atende ao plano do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de montar palanques estaduais sólidos e, assim, dar musculatura à pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Palácio do Planalto. A entrada de Datena no partido ampliou a expectativa pela filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, que deseja voltar ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2022.

Pelo desenho do PSD, Alckmin seria o candidato ao governo paulista, com o ex-governador Márcio França (PSB) de vice. Já Datena seria lançado a senador. Se o apresentador, contudo, desistir de entrar na política, como fez nas últimas três eleições, o “plano B” de Kassab para o Senado é o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

O apresentador José Luiz Datena Foto: Beto Barata/PR

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Datena resolveu mudar de legenda nesta terça-feira por estar insatisfeito com os rumos tomados pelo PSL na fusão com o DEM. As siglas aguardam aval da Justiça para formar o União Brasil. Lançado pré-candidato à presidência pelo PSL, o apresentador não “engoliu" recentes declarações do presidente da legenda, Luciano Bivar, de que também consideraria outros nomes para o Palácio do Planalto, como o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro.

Nesta tarde, em seu programa na TV Bandeirantes, Datena confirmou a troca de partido, antecipada pelo Broadcast Político. “Vou deixar o PSL e vou para o PSD, que é o partido do Kassab. Isso já está definido”, disse o apresentador.

De acordo com interlocutores de Alckmin ouvidos pela reportagem, a filiação de Datena injetou novo ânimo nos planos do ex-governador de também ir para o PSD. A mudança de sigla, no entanto, deve acontecer somente após as prévias do PSDB, marcadas para o dia 21.

Na disputa interna, o tucano trabalha pela pré-candidatura à Presidência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Rompido com o grupo político do governador João Doria, seu afilhado político, Alckmin não vai votar no único candidato da sigla à vaga para disputar o comando de São Paulo, o vice-governador Rodrigo Garcia.

A estratégia do PSD de montar palanques estaduais fortes para impulsionar a candidatura de Pacheco a presidente - no caso de São Paulo, com Alckmin e Datena -, no entanto, vai além do maior colégio eleitoral do País. Kassab busca reproduzir a fórmula em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

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No Rio, o PSD deve lançar ao comando do Estado o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Em recente entrevista ao Papo com Editor, do Broadcast Político, Santa Cruz confirmou as negociações. O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), já costura alianças para viabilizar a candidatura.

 Em Minas, a disputa pelo governo ficará a cargo do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, reeleito com 63% dos votos em 2020. Ainda é incerto se Antônio Anastasia vai querer ser candidato a mais um mandato de senador - caso deseje, terá prioridade.

 Já no Espírito Santo a costura é mais delicada. O partido deve filiar o ex-governador Paulo Hartung para concorrer ao Senado. O próprio Hartung já procura um nome para concorrer ao governo, mas com cautela. Isso porque ele está na iniciativa privada e, por questões de compliance, não pode se lançar pré-candidato neste momento.