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Entidade pede auditoria multinacional sobre espaço aéreo do Brasil

Entidade de controladores quer vistoria com brasileiros e representantes internacionais.

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Por Bruno Accorsi
Atualização:

A Federação Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca) recomendou a realização de uma auditoria sobre o espaço aéreo do Brasil, reunindo profissionais brasileiros e internacionais. ''Reconhecemos a soberania brasileira, mas acreditamos que existam autoridades competentes capazes de integrar tal equipe tanto no Brasil como no exterior'', afirmou Cedric Murrell, vice-presidente executivo da Ifatca para a região das Américas. O presidente da Ifatca, Marc Baumgartner, afirmou que "é uma questão de tempo" até que outro acidente aéreo aconteça no Brasil. Porque, segundo Baumgartner, desde os acidentes da Gol, no ano passado, e da TAM, neste ano, foi investida "muita energia" para punir os controladores e nenhuma para corrigir as falhas do sistema aéreo. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou de "jogo político" a avaliação do presidente da Ifatca e acrescentou que a organização visa criar ''um ambiente para resolver questões salariais". Os comentários de Jobim foram feitos em entrevista à Radiobras e suas emissoras associadas, nesta quinta-feira. ''O governo do Brasil precisa assegurar a segurança aérea tanto a longo como a curto prazo. A insinuação de que estamos fazendo isso para conseguir mais dinheiro está muito longe de nossos objetivos. É completamente sem fundamento'', disse Murrell. Um Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado pela FAB na semana passada, indiciou cinco controladores, todos eles militares, por supostos erros que teriam levado ao desastre. O relatório aponta 11 erros dos controladores e falhas nos equipamentos que teriam levado o avião a se chocar com o Legacy e cair. O IPM foi acolhido pelo Ministério Público Militar, mas a denúncia acabou sendo descartada. A entidade criticou a lisura dos processos de investigação a respeito dos acidentes que já ocorreram no Brasil, porque afirma que tanto a coordenação dos controladores como as investigações sobre a conduta deles e sobre o espaço aéreo brasileiro estão sujeitas à Força Aérea. A entidade acredita que o fato de os controladores estarem sujeitos à autoridade militar e não a um órgão civil é um anacronismo. Por esse mesmo motivo, não crê que possa influir em um modelo que não está de acordo com o formato que julga mais apropriado. ''Nós reconhecemos que o sistema está sob controle militar. Quando e se o sistema passar para o controle civil, nós esperamos que as relações entre empregado e empregador sejam as mesmas de outros países'', diz Murrell. Mas Murrell acrescentou que este ''não é um tema central neste momento''. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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