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Encontro de Dilma com presidente é ''ato secreto''

Por Christiane Samarco , Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

Era para ser um encontro secreto. Preocupado com a ameaça do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de deixar o posto, colocando em risco não só a estabilidade política do governo como o projeto de poder do PT em 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acionou a interlocutora ideal para impedir o desastre político. Da Líbia, recomendou à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que procurasse Sarney em seu nome, na noite de terça-feira, com o apelo para que o senador nada decidisse até sua volta. Assim foi feito. Acompanhada do secretário particular da Presidência, Gilberto Carvalho, Dilma telefonou para Sarney, combinou e encontro e recebeu as instruções. Para despistar o batalhão de fotógrafos que fazia plantão à porta da casa de Sarney, localizada na chamada Península dos Ministros do lago Paranoá, ela foi informada de que bastaria cruzar a rua com as janelas do carro fechadas, para que ninguém a notasse. Em vez de entrar pela porta principal, ela e Carvalho usaram a entrada dos empregados. Dilma driblou os olheiros e conseguiu acalmar Sarney no dia mais crítico da crise do Senado. Um dirigente do PMDB diz que foi Dilma quem deu "voz de comando" ao PT em nome do presidente Lula. Tão incógnita quanto entrou, Carvalho e a ministra deixaram o Lago Sul sem serem percebidos.

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