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Encontradas mais três ossadas em Xambioá

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), coordenador da subcomissão que investiga o desaparecimento de presos políticos, recebeu hoje mais três ossadas que foram encontradas em um cemitério de Xambioá (TO) por peritos do Instituto Médico Legal (IML) do Distrito Federal e da Universidade de Brasília (UNB). Os ossos serão analisados pelo IML e, se necessário, submetidos a exames de DNA, para verificar se pertencem ou não a guerrilheiros que lutaram na região do Araguaia e estão desaparecidos. Dos 69 integrantes da chamada Guerrilha do Araguaia, nove sobreviveram. Entre eles, o deputado José Genoíno (PT-SP). Entre as 14 ossadas já descobertas na região nos últimos 10 anos, os peritos identificaram uma, da guerrilheira Maria Lúcia Petit, encontrada em 1991. Greenhalgh informou que, em 1996, foram achados ossos de cinco pessoas que, no entanto, estavam abandonados até recentemente no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), embaixo de uma mesa, segundo o deputado. "Estamos requisitando essas ossadas para análise", disse o parlamentar, ao ressaltar que, na próxima semana, vai procurar o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, para tratar do assunto. Há três semanas, segundo o deputado, uma outra expedição de peritos encontrou cinco ossadas no Araguaia. Segundo relato de peritos, dois dias depois que o grupo deixou o local, cerca de 1.200 militares chegaram ao local para promover a operação "Ação cívico-social", destinada a atendimentos na área social. O deputado considerou estranha a coincidência e os peritos perceberam que no contato mantido nesta semana a população estava mais arredia. Eles voltaram ao local nesta semana e encontraram outras três ossadas no cemitério de Xambioá, que teriam sido enterradas em local irregular. Há a previsão que até o final do ano os peritos façam uma nova expedição à região. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara pretende iniciar na próxima semana a tomada de depoimentos de pessoas que teriam informações sobre a Guerrilha do Araguaia. Estão previstos depoimentos de oito militares, além de dois civis que querem solicitar autorização do ministro da Justiça para inclusão no programa de proteção à testemunha. Os peritos que foram recebidos hoje pelo deputado revelaram também que, de acordo com depoimentos de coveiros de Xambioá, alguns guerrilheiros teriam sido enterrados em caixões. Até então, imaginava-se que os cadáveres eram apenas envoltos em panos.

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