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Empurrões e correria no enterro de Claudinho no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O enterro do cantor Cláudio Rodrigues de Mattos, o Claudinho, da dupla Claudinho & Buchecha, foi marcado pela desorganização e pelo tumulto, com empurrões e correria. O velório começou no início da noite deste sábado e pelo menos mil e quinhentas pessoas foram ao Memorial do Carmo, um cemitério vertical, no Caju, na zona portuária do Rio. Neste domingo, segundo a polícia, havia 600 pessoas no local. Policiais precisaram intervir para que o corpo pudesse sair da capela onde era velado. Setenta homens de vários batalhões foram mobilizados. Claudinho morreu na manhã deste sábado, quando o carro em que viajava, um Golf, saiu da pista e chocou-se contra uma árvore. O acidente aconteceu no km 202 da rodovia Presidente Dutra, sentido Rio, na altura de Seropédica, na Baixada Fluminense. Empurra-empurra Depois do empurra-empurra no velório, feito em uma capela do Memorial do Carmo, o corpo foi levado, com a ajuda de um cordão de isolamento integrado por policiais, ao quinto andar do prédio. Lá, foi sepultado por volta das 17h, com quase uma hora de atraso, ao som de Nosso Sonho, primeiro sucesso da dupla, em uma cerimônia reservada acompanhada por cerca de cem pessoas, enquanto os policiais bloqueavam o acesso dos fãs aos elevadores. Secretário da dupla foi hostilizado O secretário da Dupla, Ivan Crespo Manzieli, que dirigia o veículo, foi ao velório, mas não acompanhou o sepultamento. Ele permaneceu no local por uma hora e, ao sair, foi hostilizado por fãs, que o chamavam de ?assassino?. Claucirlei Jovêncio de Souza, o Buchecha, chegou às 14 horas, chorando muito e amparado por amigos. Em estado de choque, ele chegou a ser atendido no posto médico do cemitério e não conseguiu cantar durante o sepultamento do amigo. Filha pediu a Claudinho que não viajasse A viúva de Claudinho, Vanessa Alves Ferreira, de 23 anos, disse que, em seu último diálogo com o pai, a filha do casal, Andressa, de 3 anos, chorou muito e pediu que Claudinho não viajasse para Lorena, em São Paulo, onde a dupla fez seu último show. ?Foi na sexta-feira. Ele disse que precisava ir, para trazer o leite dela. Depois ele falou: ?Fica com a mamãe, senão ela vai ficar sozinha??, disse Vanessa, abalada emocionalmente. Ronaldo da Silva, que estava em Lorena e viajou com Buchecha em uma van da equipe, disse que Andressa não costumava comportar-se dessa maneira quando o pai viajava e deve ter tido uma premonição. ?Ela até dava tchau. Parece que estava adivinhando?, disse ele, parte da dupla Naldo & Lula, que abria os shows de Claudinho & Buchecha. Vanessa relatou como explicou a morte de Claudinho à filha: ?Contei para a Andressa que ele estava no carro novo, e que o carro bateu, e papai do céu levou ele. Andressa vai ser minha força para tudo.? Segundo Naldo, Claudinho não quis viajar na van porque estava ?empolgado? com o Golf, comprado recentemente. Marca de freada O advogado de Claudinho, Júlio César Figueiredo, disse que o carro estava a 80 km/h no momento do acidente. ?Chovia muito, havia muita neblina e óleo na pista. Estive em Seropédica para registrar o óbito, com a Vanessa, e ela fez questão de parar no local do acidente. Havia marca de freada?, disse o advogado. Famosos, como a apresentadora Ana Maria Braga, enviaram coroas de flores. A cantora Sandra de Sá, o cantor Latino, o DJ Marlboro e o empresário Rômulo Costa, da equipe de funk Furacão 2000, foram ao cemitério. "Coração partido" Para o cantor Orlando Moraes, que também esteve no Memorial, Claudinho deixou a alegria como marca. ?Acho que todas as crianças devem estar de coração partido?, afirmou Moraes. Claudinho & Buchecha começaram a cantar juntos em 1992, mas já eram amigos desde crianças, quando moravam em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. O sucesso veio no final de 1995, depois que a dupla venceu um festival de rap. O primeiro CD, gravado em 1996, vendeu mais de um milhão de cópias, puxado pelo sucesso ?Conquista?.

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