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Empresário passou de denunciante a acusado

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Por Redação
Atualização:

Um dos principais personagens da Operação Águas Profundas passou de denunciante a suspeito. Antes mesmo de a Polícia Federal e a Procuradoria da República concluírem as investigações abertas a partir das suas denúncias, o empresário Arnaldo Araújo Matos Filho começou a ser investigado e os seus telefones foram monitorados com autorização judicial. Matos Filho foi sócio na Planeta Operadora dos atuais sócios da Angraporto, a principal empresa envolvida nas fraudes das licitações da Petrobrás. São eles: Fernando Stérea, Mauro Zamprogno, Wladimir Pereira Gomes e Simon Clayton. Todos eles foram denunciados pela Polícia Federal na operação, acabaram presos e hoje serão interrogados pelo juiz Flávio Oliveira Lucas, da 4ª Vara Federal Criminal. Uma briga entre os sócios parou na Justiça e gerou indenização financeira, paga por Matos Filho aos demais empresários. A partir de então, ele começou a denunciar os métodos utilizados pelos seus antigos colegas. Procurou a Polícia Federal, a Procuradoria da República e o próprio juiz Flávio Lucas para relatar os esquemas que existiam. ESCUTA Matos Filho é suspeito de ter repassado a jornalistas da TV Globo escutas telefônicas feitas logo no início das investigações. Por causa dos vazamentos, o juiz suspendeu os monitoramentos e o procurador Carlos Aguiar recorreu ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, pedindo um delegado de confiança. O delegado Claudio Nogueira, de Juiz de Fora (MG), entrou no caso e Matos Filhos passou a ser investigado. Uma de suas conversas, grampeada pela PF, se referia a um suposto pagamento de propina para funcionários da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema). No dia da Operação Águas Profundas, sua casa em São Conrado (zona sul) foi alvo de busca e apreensão. No local, foram encontrados contratos sociais do Estaleiro Cassinu e das empresas Mala Direta Armazéns Gerais Ltda. e Mala Direta Expresso Rodoviário Ltda. A polícia achou, ainda, três espingardas Winchester, uma metralhadora Uzi, uma carabina, duas pistolas - uma delas com mira lazer - e dois revólveres. O pai do empresário, o procurador da Fazenda Arnaldo Araújo de Matos, alegou que o filho é colecionador de armas, apesar de não ter a documentação para isso. Outro detalhe chamou a atenção: um colecionador não pode guardar armas carregadas e todas as que foram apreendidas estavam prontas para uso.

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