BRASÍLIA - As imagens do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) correndo com uma mala contendo R$ 500 mil causaram “espanto” e “perplexidade” até mesmo em seus poucos desafetos na política. Tanto seus colegas de Congresso como os do Palácio do Planalto admitem “surpresa” com sua suposta atividade de operador, segundo a versão de delatores da JBS.
Antes de ficar famoso nacionalmente, Rocha Loures, hoje com 50 anos, era nome pouco conhecido fora de Brasília. O homem que teria sido indicado para negociar com o empresário Joesley Batista, dono da rede de frigoríficos e delator, começou a alçar voos mais altos na política somente em 2011. Na ocasião, foi convidado pelo então vice-presidente Michel Temer para ser seu chefe de gabinete. A aproximação entre os dois começou em 2007, quando ambos conviveram na Câmara. Recém-chegado a Brasília, Rocha Loures tinha emergido de uma carreira na empresa da família: a Nutrimental.
Fundada em 1968 por seu pai, a empresa de São José dos Pinhais, no Paraná, ganhou fama no mercado depois de criar a linha de barra de cereais Nutry, projeto atribuído ao deputado depois que este concluiu o curso de administração na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
A experiência nos negócios e a tradição da família no Paraná empurraram o jovem para a política. Em 2003, Rocha Loures teve sua primeira experiência na gestão pública, como chefe de gabinete do governo do Estado do Paraná, durante mandato de Roberto Requião (PMDB-PR). “Não consigo imaginar o Rodriguinho articulando essa patifaria. São as más companhias”, disse Requião.
No Congresso, tinha poucos inimigos, que o classificam de “bajulador” e “vaidoso”.