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Empresário confirma gasto de R$ 2 milhões com escritório de Adriana Ancelmo

Carlos Jardim Borges diz a juiz que contratou escritório de advocacia de ex-primeira-dama do Rio para prestar serviços

Por Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO - O empresário Carlos Jardim Borges, dono do complexo Portobello, afirmou em interrogatório na 7.ª Vara Federal Criminal do Rio que contratou a pedido do ex-governador do Rio Sérgio Cabral o escritório da mulher dele, Adriana Ancelmo, e que teria pagado cerca de R$ 2 milhões pelos serviços. Borges é investigado por ter feitos pagamentos suspeitos a empresas investigadas na Operação Calicute, como a Ancelmo Advogados.

A ex-primeira-dama do RioAdriana Ancelmo Foto: Estadão Conteúdo

“Contratei o escritório da Adriana a pedido de Cabral, que me falou à época que ela tinha um escritório com 40 advogados. Ele disse que eu deveria dar uma oportunidade a ela”, afirmou o dono do empreendimento onde Cabral tem uma casa de veraneio, em Mangaratiba, no Rio. À Polícia Federal, Borges declarou que não houve nenhum serviço do escritório de Adriana para ele. No interrogatório desta quinta-feira, 4, ele afirmou que quis dizer que ela “não teve sucesso” nos casos, mas que teria, sim, trabalhado neles junto com outros advogados. Também negou ter recebido qualquer benefício fiscal. Ele afirmou que Adriana atuou em “três ou quatro processos” dos seus empreendimentos junto com outros advogados. Depois, disse que eram “quatro ou cinco” processos e encerrou dizendo que eram três processos. Ele disse que pagou por cada processo R$ 250 mil, R$ 700 mil e entre R$ 1,1 milhão e R$ 1,2 milhão. O empresário é dono de um complexo com hotéis e empreendimentos imobiliários. Desde 1978, foram vendidos cerca de 2.000 imóveis. Para administrar o negócio, informou gastar anualmente com serviços advocatícios entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. Borges também declarou que o peemedebista indicou o seu ex-assessor parlamentar Carlos Miranda para uma consultoria sobre gado e pagou R$ 350 mil por “conversas” em três ou quatro oportunidades. Apesar disso, afirmou que ele não entregou um relatório final sobre o serviço e que se sentiu lesado por isso. “Ia fazer um relatório final o que não ocorreu. Ele não concluiu o serviço, mas deu algumas informações que foram valiosas”, afirmou. Segundo ele, não cobrou nenhuma devolução de Miranda por não se sentir confortável. “Ele me foi apresentado pelo então governador. Eu convivia com ele na casa do Sérgio”, declarou.

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