Empresa é acusada de desmatar mil hectares no PA

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Por Agencia Estado
Atualização:

Fiscais do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), numa operação apoiada por agentes da Polícia Ambiental do Pará, flagraram hoje o desmatamento de 1.200 hectares dentro da reserva indígena Curuaia, em Altamira, no sudoeste do Estado. Além de motosserras, rádios de comunicação e outros equipamentos para a derrubada de madeira nobre, foram apreendidas seis armas e vários filhotes de tartaruga, cuja pesca é proibida. Cerca de 30 trabalhadores, contratados para fazer o desmatamento na reserva, viviam em regime de semi-escravidão e estavam há três meses sem receber qualquer tipo de pagamento. A área onde está localizada a reserva indígena é reivindicada pela empresa C.R Almeida, pertencente ao empreiteiro Cecílio do Rego Almeida. O Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), afirmam que a empresa "grilou" mais de 5 milhões de hectares de terras públicas no Pará e já pediram na Justiça o cancelamento dos registros das terras no cartório Moreira, de Altamira, onde os documentos teriam sido fraudados. O homem acusado de comandar o desmatamento, inclusive de árvores centenárias, como a castanheira, de 60 metros de altura, confessou o crime. "O Ibama não autoriza ninguém a fazer derrubada da mata no Pará, mas o Brasil todo derruba e a gente também", justificou Haroldo Passarinho, que foi preso em flagrante. Além dele, foi preso Benedito da Silva, que tinha em seu poder uma espingarda. A polícia suspeita que Silva pode ser um pistoleiro contratado para vigiar os trabalhadores. "Vou tomar o depoimento dos dois e indiciá-los por crime ambiental, pesca ilegal e porte ilegal de armas", informou o delegado de Altamira, Carlito Martinez. O advogado da C.R Almeida, Otávio Avertano Rocha, afirmou que a empresa nada tem a ver com o caso. "Essa madeira não é da empresa e ela não autorizou nenhuma derrubada".

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