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Empreiteiras veem oportunidade para apresentar seus argumentos

Camargo Corrêa diz que agora poderá se defender; Mendes Júnior aponta excesso acusatório por parte da Procuradoria

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Atualização:

O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite - que está preso -, protestou contra a denúncia. Em referência direta ao ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, Mariz disse que "causou espécie" o pedido de manutenção da prisão de seu cliente. "Não só porque não foram apontados os fatos que mostram a necessidade dessa medida bem como há uma falta de equidade no sistema penal na medida em que atores principais desse episódio tido como criminoso estão em liberdade e outros que são coadjuvantes estão presos." Mariz disse que assim que o executivo for citado será apresentada a defesa preliminar, "na qual será demonstrada a falta de objetividade da denúncia especialmente no que diz respeito à descrição e à individualização das condutas". Ele destacou que "muitas dessas condutas foram qualificadas como crimes diversos". "Vários crimes em uma só conduta, o que torna a denúncia inepta", afirmou. Mariz apontou para outras empresas. "Empreiteiras notoriamente participantes dos fatos tidos como delituosos não tiveram nenhum de seus funcionários, diretores ou acionistas, denunciados." A Camargo Corrêa informou que "pela primeira vez seus executivos terão a oportunidade de conhecer todos os elementos do referido processo e apresentar sua defesa com a expectativa de um julgamento justo e equilibrado". O criminalista Marcelo Leonardo, que defende a cúpula da Mendes Júnior, disse que não teve acesso à denúncia. "Pelas notícias veiculadas foi possível perceber que há um excesso acusatório, tanto em relação às pessoas quanto em relação às próprias imputações." Para o advogado José Luís Oliveira Lima, que defende executivos da Galvão Engenharia, a denúncia "é fruto da criatividade da acusação". Segundo ele "a Galvão obteve seus contratos de maneira lícita e nunca participou de um suposto cartel". "Durante a instrução processual ficará demonstrado que a empresa foi vítima bem como que a acusação é uma ficção", afirmou Oliveira Lima. A OAS argumentou que não foi notificada da denúncia e não podia se manifestar.

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