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Empreiteiras são alvo de apuração da PF

Suspeita é de obras superfaturadas em aeroportos, no valor de R$ 500 mi

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Por Vannildo Mendes e Adriana Fernandes
Atualização:

As maiores empreiteiras do País estão sendo alvo de uma ampla investigação da Polícia Federal que apura o suposto desvio de dinheiro público em obras nos aeroportos do Brasil, contratadas pela Infraero. A investigação, que poderá dar origem a uma operação de busca e apreensão nas sedes dessas empresas e até nos domicílios de seus principais diretores, estaria no seu estágio final, depois de apurações feitas nos últimos dois anos. A PF investiga o suposto superfaturamento, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O valor do desvio é estimado em torno de R$ 500 milhões.A Polícia Federal confirmou que a ação está sendo preparada, depois que a informação foi vazada para os investigados e publicada, ontem, pelo jornal Folha de S. Paulo. A busca foi autorizada pela 12 ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.Ontem, a assessoria da PF considerou o vazamento grave, lamentou a divulgação e disse que o órgão não comentaria o conteúdo do inquérito, que corre em segredo de Justiça. O vazamento prejudica os trabalhos da polícia, informou a PF.A ação de busca e apreensão da PF deverá atingir as sedes da OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Nielsen, Queiroz Galvão e Gautama, entre outras. As obras de construção e reforma dos aeroportos sob suspeita de irregularidades foram licitadas pela Infraero durante a presidência de Carlos Wilson (PT-PE), morto em abril deste ano. A mega operação da PF deverá envolver um grande número de policiais federais nas buscas em São Paulo, Rio, Brasília, Mato Grosso do Sul e Bahia.A Polícia Federal não decidiu se haverá abertura de investigação para apurar o vazamento de informações. Há uma suspeita de que os advogados dos investigados obtiveram a notícia da operação pela própria característica do andamento do processo, com a publicação no Diário de Justiça de algumas decisões judiciais.A Infraero informou que está à disposição para colaborar nas apurações sobre fraudes em licitações na execução de obras de aeroportos. Segundo a assessoria de imprensa, a empresa está "tranquila" em relação à investigação. Queiroz Galvão, Odebrecht e Camargo Correa informaram, por meio de suas assessorias, que não tinham conhecimento da operação e, por isso, não iriam comentar. Os advogados das outras empreiteiras - OAS, Nielsen e Gautama - não foram encontrados.

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