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Empreiteira peruana diz que foi enganada pela Odebrecht 

A parlamentares, representante da Graña y Montero afirma que empresa não sabia de esquema de propina da construtora brasileira

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Por Redação
Atualização:

LIMA - O representante legal da empresa peruana Graña y Montero, Mario Alvarado, que foi parceira minoritária da Odebrecht na construção do gasoduto Sur Peruano e outros projetos, afirmou nesta quinta-feira, 2, que a companhia brasileira enganou a sócia em relação ao pagamento de propinas a agentes públicos do Peru.

Em crise e diante de investigações, Odebrecht paralisou obras de gasoduto Foto: Gasoducto Sur Peruano/Divulgação

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"Está claro para nós que fomos enganados, sabemos hoje que foi uma má decisão, que perdemos muito e que pagamos pelas consequências desse engano", afirmou Alvarado à comissão parlamentar que investiga a Lava Jato no Peru.

O representante da Graña y Montero disse que a empreiteira perdeu, em consequência do vínculo empresarial com a Odebrecht, cerca de US$ 38 milhões em 2016. O montante representa a perda de valor de mercado da empresa na Bolsa de Lima.

Alvarado afirmou ainda que nenhum funcionário da companhia peruana participou de quaisquer esquemas de corrupção. "O fato de estarmos dormindo com um corrupto não nos faz corrupto", declarou.

Ele assegurou ainda que a Odebrecht tinha uma organização paralela para cometer os atos de corrupção denunciados e admitidos em acordo com a Justiça dos Estados Unidos.

Obras. O governo do Peru aprovou na quarta-feira, 1º, um decreto de urgência para contratar um administrador dos bens do projeto do gasoduto Sur Peruano, cujas obras estão 37% concluídas. A Odebrecht cancelou o contrato. A expectativa era de que a estrutura entrasse em operação em 2018.

O ministro de Energia e Minas do Peru, Gonzalo Tamayo, disse nesta quinta-feira à comissão parlamentar que o governo já fez a cobrança da carta de fiança do projeto, que é estimada em US$ 262,5 milhões.

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No Peru, a Odebrecht admitiu à Justiça norte-americana ter pago US$ 29 milhões em subornos a funcionários públicos peruanos entre 2005 e 2014, anos que compreendem os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

O atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou na semana passada que a Odebrecht deveria deixar o país. / EFE

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