15 de março de 2010 | 13h48
A partir do anúncio da candidatura de Serra à Presidência, previsto para a primeira semana de abril, políticos ligados ao paulista entrarão em campo para tentar convencer Aécio. Por enquanto, tucanos de Minas têm afastado a possibilidade de Aécio na vice dizendo que ele não pode participar de uma chapa que "nem candidato a presidente tem".
A ideia entre os serristas é de que a ausência do mineiro na chapa não inviabiliza a vitória de Serra, mas dificulta a situação no segundo maior colégio eleitoral do País, Minas Gerais. Em uma eleição que deverá ser acirrada - pesquisas de intenção de voto indicam empate técnico entre Serra e a ministra Dilma Rousseff (PT) - a presença de Aécio, um dos maiores cabos eleitorais de seu Estado, poderá ser decisiva.
De acordo com políticos ligados a Serra, o argumento para tentar convencer o mineiro será o de que a presença dele na eleição presidencial turbinaria a campanha de seu sucessor ao governo de Minas, Antonio Anastasia (PSDB). Aécio reconhece o apelo da disputa nacional, mas sabe que ela o afastaria de Minas para fazer campanha em outros Estados.
A tese dos mineiros é que, dentro do Estado, Aécio ajuda mais a si mesmo, a Anastasia e a Serra. "Em qualquer posição, Aécio será o grande puxador de votos de Minas Gerais", afirma o presidente do PSDB-MG, Narcio Rodrigues, fiel escudeiro de Aécio.
Autonomia
A resistência de Aécio em negociar o posto de vice desde que desistiu da disputa presidencial para abrir caminho para Serra, em dezembro passado, tem vistas às próximas eleições para a Presidência. "Parece estar escrito nas estrelas que Aécio um dia será presidente da República. Ele hoje está qualificado para isso. Se não for desta vez, ainda será", diz Rodrigues.
Com 50 de idade e a experiência de dois mandatos no governo de Minas, Aécio quer autonomia para, em um cargo legislativo, articular uma nova tentativa de concorrer ao posto. "O caminho de Aécio não é ter uma posição subalterna nesse jogo. No jogo dele, ele quer atuar com liberdade na cena política. Ele é companheiro de Serra, mas não assessor, nem pensa como Serra em tudo. O cargo de senador será dele. O de vice, do governo", afirma.
"Imagine Aécio como vice de Serra na Presidência marcando uma reunião com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ou com o deputado Ciro Gomes (PSB). Vão dizer que o vice-presidente está conspirando contra o governo."
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