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Embaixadores da Europa debatem reportagem do ‘Estado’ sobre violência no campo

Em agosto, Terra Bruta foi tema de audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que solicitou à Polícia Federal a lista de empresas de segurança em atuação em áreas de conflitos rurais.

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Embaixadores de países da Europa se reuniram nesta semana para debater os dados e histórias de violência e desmatamento tratados pela série especial Terra Bruta, publicada pelo Estado entre os dias 10 e 17 de julho. O encontro foi organizado pelo embaixador do Reino dos Países Baixos, Han Peters, e aconteceu em sua residência oficial, em Brasília. Participaram do debate representantes de vários países europeus, como Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslováquia, Espanha, Grécia, Itália, Reino Unido e Suécia. A reunião foi um dos primeiros compromissos do novo embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel. Durante o debate, os jornalistas André Borges e Leonencio Nossa, autores da série, fizeram uma exposição sobre o trabalho. Foram abordadas as preocupações dos países com as origens da madeira que é exportada pelo Brasil e extraída da região amazônica, o extermínio de povos indígenas e as mortes de camponeses. Os diplomatas também demonstraram interesse em encontrar soluções práticas para melhorar as condições de vida de índios, ribeirinhos e extrativistas. Um relatório sobre a reportagem foi desenvolvido pela Embaixada da Holanda e encaminhado para os demais países. A reportagem, segundo os participantes do encontro, permitiu à comunidade internacional ter uma visão global e aprofundada da Amazônia e os desafios enfrentados atualmente pelo Brasil para garantir a preservação da floresta e do respeito aos direitos humanos. Em agosto, Terra Bruta foi tema de audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que solicitou à Polícia Federal a lista de empresas de segurança em atuação em áreas de conflitos rurais. A reportagem revelou que pelo menos 1.309 pessoas foram assassinadas nos últimos 20 anos em situações ligadas a conflitos por terra e exploração ilegal de madeira. Foram apresentados 482 focos ativos de tensão e violência em 143 municípios dos Estados de Mato Grosso, Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Tocantins. A lista de mortos é composta em sua maioria por pequenos agricultores e índios, além fazendeiros, seguranças e pistoleiros. Grileiros e grandes proprietários de terra estão, geralmente, por trás dos crimes. O levantamento mostra que 97% das mortes são de camponeses e índios. O trabalho jornalístico durou sete meses, entre setembro de 2015 e março de 2016. Confira a íntegra da reportagem, com textos, vídeos e galerias de fotos no site.