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Embaixador ligado a ACM deixa posto em Roma

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador do Brasil em Roma, Paulo de Tarso Flecha de Lima, foi comunicado oficialmente de que deverá deixar o cargo. A notícia chegou a ele na quinta-feira, por telefone, pelo chefe do cerimonial do Palácio do Planalto, Frederico Araújo. Afilhado político do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, o embaixador já esperava ser chamado de volta, segundo alguns diplomatas, principalmente depois de ter manifestado apoio a ACM publicamente. As mudanças provocadas pela volta do embaixador Sérgio Amaral de Londres, para substituir o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, e a saída de Flecha de Lima abrem vagas em importantes postos no exterior. Dois desses postos deverão ser preenchidos com atuais ministros de Estado, segundo fontes do governo. A intenção do presidente Fernando Henrique, de acordo com essa fonte, é de que o ministro de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, substitua Flecha de Lima em Roma. A decisão do presidente seria uma deferência a um antigo pleito do ministro. Também já é dado como quase certo que o embaixador de Portugal, Synésio Sampaio, seguirá para Londres, deixando sua vaga para ser ocupada pelo Ministro da Justiça, José Gregori, cuja saída do ministério tem sido especulada desde que ele assumiu a pasta. Gregori já foi informado da mudança. Mas o governo não quer fazê-la agora, para que não pareça que tenha se submetido a pressões. Segundo uma alta fonte próxima a Fernando Henrique, o presidente não quer que a saída de Gregori seja associada à crise provocada pelas greves das polícias militares. Confirmadas essas duas baixas na equipe ministerial e somadas à demissão de Tápias, o governo dá sinais de estar antecipando uma reforma ministerial que só pretendia fazer em dezembro. De acordo com fontes do Palácio do Planalto, antes de pensar em mandar Sardenberg para a Itália, Fernando Henrique chegou a cogitar preencher a vaga com o ex-chefe do Cerimonial do Palácio Júlio Cesar Gomes, que já está em Roma, como embaixador da FAO, a instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) para a alimentação e agricultura. Mas o presidente teria sido lembrado que Gomes provavelmente não passaria pela sabatina do Senado, porque os parlamentares resgatariam o caso Sivam, em que o nome do diplomata esteve envolvido em um suposto tráfico de influências. Em 1995, um grampo identificado no Palácio do Planalto indicava que o então chefe do cerimonial do governo estaria envolvido no favorecimento de uma das empresas que participavam da licitação para a instalação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Por causa disso, o presidente agora estuda enviar Gomes para o não menos disputado consulado de Nova York, cargo para o qual não é necessário ser sabatinado. Essa mesma fonte diz que não se devem esperar definições rápidas para as substituições, mas admitiu que o presidente, neste momento, dedica-se a armar a dança das cadeiras envolvendo ministérios e diplomatas.

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