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Em três anos de governo Lula, trabalho infantil cresce e renda cai

Este é o resultado de uma pesquisa feita pelo IBGE. Contudo, há dados positivos, como a aceleração no ritmo de redução da desigualdade social e o crescimento no nível de ocupação da população

Por Agencia Estado
Atualização:

O retrato de três anos do governo Lula revela algumas imagens surpreendentemente negativas, como o aumento do trabalho infantil, o primeiro desde 1992, e o recuo do rendimento real do trabalho ao menor patamar dos últimos dez anos. Mostra, também, dados positivos, como a aceleração no ritmo de redução da desigualdade social e o crescimento no nível de ocupação da população. Estes são alguns dos dados apresentados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2005 (Pnad), o mais completo levantamento socioeconômico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Houve avanços nos últimos dez anos, mas a velocidade de melhoria de alguns indicadores é lenta para as necessidades do País", avalia o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. O estudo, repetido a cada ano, mostra que o brasileiro vive hoje a esdrúxula situação de ter mais acesso a telefone (71,6% dos domicílios) do que a rede de esgoto sanitário (69,7%). A inversão da prioridade na prestação dos serviços é resultado direto, por um lado, da privatização da operação de telefonia e a conseqüente universalização do atendimento; por outro, da demora na definição do marco regulatório para o setor de saneamento básico. Pela primeira vez, o número de residências onde existe apenas telefone celular é maior do que os dotados de linha fixa. E no universo tecnológico, o Brasil entra definitivamente na era da internet pelas mãos das crianças e adolescentes, que formam a grande massa nacional de internautas. Mas, o acesso ainda é bastante limitado às classes de renda e de instrução mais altas. A pressão feminina no ingresso ao mercado de trabalho está alterando o nível de ocupação e contribuindo também para a redução gradual da desigualdade. Movido, principalmente, pelos programas de transferência de renda, o País está menos desigual, mas isso não ocorre de forma homogênea. Os dados do IBGE mostram que a desigualdade aumentou em São Paulo e caiu de forma substancial no Maranhão, por exemplo.

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