A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid teve uma “semana eletrizante” por conta dos depoimentos dos lobistas Marcos Tolentino, apontado pelos senadores como sócio oculto do FIB Bank, e de Marconny Albernaz Faria, suspeito de ser lobista da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a venda para o Brasil da vacina indiana Covaxin. A dupla tem “muito a dizer” e a “esconder”, analisa a jornalista Eliane Cantanhêde, no novo episódio de Por Dentro da CPI.
Mas o ponto alto dos trabalhos dos últimos dias fica por conta da entrega do parecer elaborado por mais de 200 juristas que assessoram a CPI. Liderados pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr., o grupo tipificou sete possíveis crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia de covid-19 no País.
Considerado “duro” o parecer dará suporte ao relatório final da comissão, a ser preparado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL). Além disso, terá três destinos: a Câmara dos Deputados, quando da entrega de novo pedido de impeachment de Bolsonaro; a Procuradoria-Geral da República, com pedido de abertura de inquérito por crime comum; e o terceiro, que "extrapola fronteiras”, será o Tribunal Penal Internacional, em Haia.
Reale Jr., que foi autor do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor e couautor do pedido contra a petista Dilma Rousseff, avalia que os crimes cometidos por Bolsonaro foram muito mais graves e que as consequências foram “terríveis”.
Após alegar falta de “tempo hábil” para comparecer ao depoimento previsto para quinta-feira, 16, o diretor executivo da Prevent Senior, Pedro Batista, teve sua oitiva remarcada para a próxima terça, 22. Segundo Eliane, a presença do médico diante dos senadores para falar sobre as pesquisas feitas na rede para “ratificar” o uso do chamado “kit covid” no tratamento de pacientes com coronavírus “envolver novamente o presidente da República e o Palácio do Planalto”.