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Em segredo, Senado decide hoje futuro político de Renan

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Por AE
Atualização:

Aliados e adversários do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) chegaram ao fim do dia de ontem sem a garantia de que vão absolvê-lo ou condená-lo à perda de mandato por quebra de decoro parlamentar na sessão marcada para hoje, às 11 horas. PSDB (com 13 senadores), DEM (com 17) e PSB (com 3) reuniram suas bancadas e fecharam questão pela cassação de Renan, mas até essa contabilidade foi considerada de ?efeito precário?, pois a sessão será fechada e o voto, secreto. A única certeza da maioria dos que vão julgá-lo era de que, mesmo que seja absolvido, Renan já terá se tornado um ?cadáver político? e sem condições de dirigir o Senado e o Congresso. ?Os senadores sabem que há outros três processos já na linha contra Renan. Portanto, mesmo absolvido, ele continuará muito mais ocupado em se defender do que em presidir o Legislativo?, resumiu a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Torcida política à parte, as esperanças dos que defendem abertamente a cassação do presidente do Senado se concentravam nesta frase de Renato Casagrande (PSB-ES): ?Vamos ter um resultado que vai referendar a preservação da instituição.? Desde as primeiras denúncias feitas em maio - mais de cem dias atrás - à sessão de hoje, Renan passou da certeza de que teria ?80 dos 81 votos? dos colegas a uma insegurança cada vez maior. O apoio de que dispunha foi minguando na mesma proporção em que ele multiplicou as manobras para tentar barrar o processo contra si. A perda de mandato se dará com o voto de ao menos metade mais um dos 81 senadores - 41 deles - em favor de sua condenação. Se isso ocorrer, ele ficará inelegível pelos próximos oito anos a contar do fim de seu mandato em 2011. Renan é acusado de ter despesas pessoais com a jornalista Mônica Veloso - com quem tem uma filha fora do casamento - bancadas com recursos do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. É a segunda vez na história do Senado que chega ao plenário o pedido de cassação de um parlamentar por quebra de decoro. Em 2000, Luiz Estevão (PMDB-DF) foi cassado por mentir ao se defender da acusação de que teria participado do esquema de desvio de recursos das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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