Em reunião a portas fechadas, PT faz críticas ao presidente do Supremo

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Por Vera Rosa
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O PT começou a debater as diretrizes para sua plataforma eleitoral de 2010 em relação à reforma agrária. Em seminário intitulado A questão agrária hoje: o que fazer? Dimensões, desafios e programa partidário, os petistas repudiaram o que chamam de "criminalização dos movimentos sociais", mas não definiram nenhuma proposta concreta para a provável campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência. O seminário ocorreu ontem a portas fechadas, na sede do PT, mas integrantes do partido confirmaram ao Estado que a posição do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de atacar o repasse de dinheiro público ao Movimento dos Sem-Terra (MST) foi muito criticada. "Essa tentativa de criminalização do MST é mais ideológica do que outra coisa", afirmou Oswaldo Russo, coordenador do Núcleo Agrário Nacional do PT. "Que sociedade é essa em que distribuir recurso para rico pode e para pobre é ilegítimo?" Ex-presidente do Incra, Russo disse que as organizações com as quais o governo faz convênio são "regularizadas". "Não podemos aceitar que alguns setores queiram constranger o governo", insistiu. Ao ser lembrado de que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou, recentemente, as invasões do MST que resultaram em mortes, Russo argumentou que o PT defende ocupações pacíficas. "Não podemos confundir o papel dos movimentos sociais, do governo e do PT. Então, não adianta cobrar do governo o que é dos movimentos sociais", comentou o dirigente, dando a senha de como o partido tratará do assunto espinhoso durante a campanha eleitoral de 2010.

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