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"Em respeito à população", policiais voltam ao trabalho

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 13 dias de greve, os policiais militares e civis da Bahia decidiram voltar nesta quarta-feira ao trabalho. Em entrevista nesta terça-feira à noite em Salvador, o sargento Manoel Isidório de Santana, um dos cabeças do movimento, disse que a decisão será levada nesta quarta, às 14 horas, a uma assembléia de PMs já fardados, que devem confirmá-la. Desde esta segunda-feira, os policiais civis queriam o fim da paralisação. Baixos salários também são o motivo da greve a ser iniciada nesta quarta pelos policiais civis e militares de Alagoas, que rejeitaram proposta de reajuste do governador Ronaldo Lessa (PSB). Na Bahia, os policiais dizem que voltam ao trabalho em respeito à população, cansada da violência que tomou conta das ruas. "Não dá mais para manter a paralisação diante da carnificina que está ocorrendo na Bahia", explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Crispiniano Daltro. "Nós queremos mostrar que os 21% oferecidos pelo governo não significam nada." Segundo os líderes, caso o governo não ofereça outros reajustes, novas greves podem parar as polícias no fim do ano ou no carnaval. Com o Exército nas ruas da capital, comércio e bancos funcionaram normalmente hoje. Não foram registrados roubos e saques. Carros blindados garantiam a segurança nas ruas de maior movimento - o que ajudou a esvaziar o movimento grevista. Após a rodada de negociações desta segunda, o clima entre governo e manifestantes ficou tenso. O secretário da Fazenda, Albérico Mascarenhas, principal negociador do Estado, disse que o Tesouro tinha "chegado ao limite" na oferta de aumento de 21% divididos em três parcelas (10% em agosto, 5% em maio e 5% em julho) e benefícios como auxílio-alimentação de R$ 80,00 para os policiais da capital e o fim do desconto mensal de R$ 19,00 para fardamento dos militares. A proposta foi submetida aos representantes de batalhões da PM, em assembléia realizada na Secretaria de Administração do Estado. Embora os civis tivessem concordado com o índice, ele foi rejeitado pelos militares. Os PMs argumentavam que o governo tem margem para conceder aumento maior, pois compromete 42% da receita no pagamento do funcionalismo. Em Alagoas, os policiais civis e militares pedem piso salarial de R$ 1.200, muito superior à oferta feita pelo governador. Em rodada de negociação, o Estado apresentou proposta para a PM com três níveis de aumento: 5% para os oficiais, 10% para sargentos e aspirantes e 20% para cabos e soldados. Para a Polícia Civil, o reajuste oferecido é de 10,68% em média. De acordo com o comando de greve da Polícia Militar, dos 18 batalhões do Estado, em oito, cabos e soldados já estão aquartelados e amanhã não voltam às ruas. A Polícia Civil admite que algumas delegacias estão funcionando e que ainda esta noite vão fazer uma mobilização para que outros policiais se juntem à greve. Amanhã, as duas categorias realizam assembléia conjunta para decidir a estratégia do movimento. Na noite desta terça, na capital, o clima já era de insegurança.

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