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Em reação ao STF, Bolsonaro chama reunião com ministros e deve orientar Weintraub a não depor

Encontro vai discutir uma reação às medidas do STF após a operação da Polícia Federal que teve como alvos blogueiros e empresários apoiadores do presidente

Por Jussara Soares
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro convocou para a tarde desta quarta-feira, 27, uma reunião extraordinária de ministros no Palácio do Planalto. O encontro discute uma reação às medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) após a operação da Polícia Federal que teve como alvos blogueiros e empresários apoiadores do presidente. Ministros e assessores criticaram a operação ao longo do dia.

O presidente da República, Jair Bolsonaro Foto: Marcos Corrêa / PR

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Uma das possibilidades discutidas no encontro é a recusa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de comparecer ao depoimento determinado pelo ministro Alexandre de Moraes para esclarecer ataques que fez a ministros da Corte. A proposta será levada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI)ediscutida pelos ministros da área jurídica.

Em reunião com o presidente e outros ministros no dia 22 de abril, Weintraub disse que, se dependesse dele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. O ministro terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal (PF). 

O depoimento foi determinado na terça-feira, 26, por Moraes no âmbito do inquérito das fake news, que apura ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes do Supremo e suas famílias. É a mesma investigação em que a PF realizou a operação desta quarta-feira.

As buscas e apreensões em endereços de apoiadores de Bolsonaro incomodou até mesmo integrantes da ala que costuma defender ponderação nas ações do governo. A avaliação é de que houve abuso na operação.

Na reunião de hoje no Palácio do Planalto, segundo apurou o Estadão, Bolsonaro listou decisões do Supremo que, em sua visão, representam excessos da Corte. Na lista está também a divulgação do vídeo da reunião do dia 22 de abril, determinada pelo ministro Celso de Mello no inquérito que apura interferência do presidente na Polícia Federal.

Outra decisão na lista presidencial é a liminar de Moraes que impediu a posse de Alexandre Ramagem no comando da corporação. Amigo da família Bolsonaro, o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi impedido de assumir o cargo com o argumento de que a nomeação feria o princípio da impessoalidade na gestão pública.

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Como mostrou o Estadão mais cedo, integrantes do Palácio do Planalto passaram a defender nesta quarta-feira ações individuais contra ministros do Supremo por abuso de autoridade pelo que consideram "excessos" dos magistrados. 

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