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''Em qualquer circunstância, Dilma cometeu um crime''

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Por Redação
Atualização:

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), acusa o governo de atacar o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para "desviar o foco do que interessa, que é a preparação do dossiê para intimidar, ameaçar e calar". "É uma ação imoral, irresponsável, daqueles que não querem assumir seu papel, que é governar e responder a qualquer tipo de denúncia", afirma. Para Maia, a questão do sigilo dos dados relativos à Presidência está em segundo plano, quando se analisa a participação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no episódio: "Em qualquer circunstância, Dilma cometeu um crime." A seguir, a entrevista: O senador Álvaro Dias está sendo cobrado pelo governo. Como fica a oposição em relação a isso? Ele deve ou não ser convocado pela CPI? Eu acho que o governo, um governo imoral, corrupto, sem a menor condição ética de governar este país, parte para o ataque em cima de um senador dos mais preparados, dos mais qualificados, tentando desviar o foco do que interessa, que é a preparação do dossiê para intimidar, ameaçar e tentar calar aqueles que têm a função constitucional de fiscalizar os atos do governo e da ministra Dilma, que, se estivesse num governo sério, já teria pedido demissão há mais tempo. Na sua avaliação, portanto, o governo quer desviar o foco sobre a produção do dossiê? Claro, o senador não é responsável por nada do que ocorreu dentro do Palácio do Planalto. Essas informações saíram do Palácio do Planalto por decisão de cargos comissionados do governo. Agora, tentar transferir responsabilidade, desviar o foco, é uma ação mais uma vez imoral, irresponsável, daqueles que não querem assumir seu papel, que é governar e responder a qualquer tipo de denúncia ou de questionamento em relação aos atos. Esse governo prefere o ataque em vez da transparência. Nesse caso específico, a ministra Dilma cometeu um crime. Os papéis relativos aos gastos da Presidência com cartões devem ser mantidos em sigilo ou não? O questionamento, em nossa representação ao Supremo Tribunal Federal (STF), é sobre isso, a questão do sigilo. Na nossa interpretação, não deveria. Mas, como o governo trata e o próprio TCU acolheu em determinado momento a questão do sigilo dessas informações, já que essa é a visão do próprio governo, pela ótica da própria ministra Dilma ela cometeu esse crime, da quebra do sigilo. Agora, na posição inversa, se as informações não são sigilosas e estão sendo negadas ao Congresso, aí ela cometeu outro crime, de responsabilidade. Então, em qualquer uma das circunstâncias, a ministra Dilma cometeu um crime. O que esperar das 3 mil caixas de documentos prometidas à CPI? Pode não se chegar a nada. Agora, se entregar o gasto das Presidências, certamente muitas coisas poderão aparecer. Mas não podemos dizer nada antes que os documentos cheguem. Infelizmente, os documentos que são foco da investigação, esses estão bem escondidos em algum subterrâneo do Palácio do Planalto.

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