Em protesto, dois mil sem-terra bloqueiam MS-185

Ligados a Fetagri, eles reclamam pela demora no assentamento de 750 famílias

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 2 mil sem-terra ligados a Federação de Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) realizaram uma série de manifestações nesta sexta-feira, na região sudeste de Mato Grosso do Sul. A primeira delas aconteceu pela manhã, no município de Bodoquena, a 340 quilômetros de Campo Grande, onde invadiram a Fazenda Cerro Alegre, com 3.500 hectares e tomaram a sede do imóvel. Em seguida, bloquearam a rodovia MS-185 em dois pontos estratégicos, impedindo o acesso do tráfego de veículos para os municípios de Bonito, Jardim e parte de Bodoquena. O primeiro bloqueio foi sobre a ponte do córrego Taquarussu e o outro é na divisa dos municípios de Bodoquena e Bonito. No final da tarde, a estrada foi liberada. Os sem-terra atuaram em três blocos, o último deles, com aproximadamente 400 pessoas, permaneceu em frente da Fazenda Cachoeira, situada em Bodoquena. Montaram 1.200 barracas de lona plástica no corredor de entrada da propriedade rural, de onde continuarão desenvolvendo ações de protesto pela demora na formação de assentamento para as 750 famílias que acampam no município. O presidente da Fetagri, Geraldo Teixeira de Almeida, informou que o movimento estava sendo preparado há 15 dias. "Faz duas semanas que estamos alertando o Incra sobre a possibilidade dos sem-terra perderam a Fazenda Cachoeira, porque o proprietário está querendo desistir de vender o imóvel para o governo". Ele explicou que o preço da compra da fazenda está acertado em R$ 27 milhões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Surgiu uma questão ligada ao meio ambiente, e é preciso a licença ambiental para conclusão do negócio. Acontece que estão demorando demasiadamente para resolver a questão, daí o motivos dos protestos", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.