Em nova articulação, base aliada barra convocação de Padilha para dar explicações na Câmara

Foram rejeitados todos os requerimentos da oposição para que o ministro da Casa Civil, a advogada-geral da União e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil fossem ouvidos pela Comissão de Fiscalização e Controle

Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - Pela segunda semana consecutiva, a base aliada do presidente Michel Temer conseguiu blindar o governo e derrubar pedidos de convocação para que ministros fossem à Câmara dar explicações sobre o caso que levou à demissão de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo. 

Deputados da oposição apresentaram requerimentos para que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, prestassem depoimentos na Comissão de Fiscalização e Controle. Todos os pedidos foram rejeitados.

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil Foto: Werther Santana/Estadão

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O deputado Paulo Pimenta (PT-SP) também solicitou, sem sucesso, que o novo ministro da Cultura, Roberto Freire, enviasse cópia de toda a documentação sobre o processo de autorização do empreendimento La Vue, em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento. A oposição tentou aprovar, ainda, a realização de uma audiência pública com integrantes do Ministério da Cultura, do Iphan, do TCU e do Ministério Público Federal.

Na semana passada, um movimento parecido, encabeçado pelo líder do governo, André Moura (PSC-SE), impediu que fosse aprovada a convocação de Geddel para prestar esclarecimentos na Câmara.

Apesar da blindagem, Geddel decidiu deixar o governo na sexta-feira, 25, após o ex-ministro Marcelo Calero envolver Temer diretamente no escândalo. Em depoimento à Polícia Federal, Calero afirmou ter sido pressionado também pelo presidente a interferir para que o Iphan liberasse a obra de interesse do então ministro da Secretaria de Governo.