Em nota, Mercadante diz que relatório da PF é ´insustentável´

Senador acusa PF de não admitir fracasso na investigação sobre origem do dinheiro utilizado para a compra do dossiê, e de ter sido usado como ´bode expiatório´

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Por Agencia Estado
Atualização:

O senador Aloizio Mercadante (PT), indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral no inquérito que apurava a compra do dossiê contra políticos tucanos, divulgou uma nota nesta terça-feira, em seu site , rebatendo as conclusões do relatório policial. Para Mercadante, a PF não admitiu seu fracasso nas investigações para descobrir a origem do dinheiro que seria utilizado na compra do dossiê e preferiu utilizá-lo como "bode expiatório". Segundo o senador, não foi encontrado nenhuma prova que o vinculasse com o episódio. "Nas investigações não foi registrada nenhuma menção ao meu nome nem nenhum telefonema que me incriminasse, apesar das dezenas de quebras de sigilos telefônicos e dos incontáveis cruzamentos entre as linhas. Também nos depoimentos, nenhuma referência que associasse meu nome ao dossiê foi registrada", diz a nota. Mercadante, que perdeu as eleições do governo de São Paulo para o tucano José Serra, também lembra que no relatório final da CPI dos Sanguessugas, aprovado por unanimidade, "inclusive com os votos de adversários políticos", seu nome não foi citado. Em um item chamado de "motivação", o senador diz que as fotos que constariam no dossiê, que mostravam Serra participando da entrega de ambulâncias superfaturadas, já haviam sido divulgadas pela mídia, mas que sua campanha eleitoral não associou seu concorrente à máfia dos sanguessugas. A nota também lembra que a PF não apontou a origem da maior parte do dinheiro - R$ 1,75 milhão - que seria utilizado na compra do dossiê, e não encontrou vínculo do dinheiro com a campanha do senador ao governo do Estado. Porém, segundo Mercadante, ainda assim a PF apontou como crime eleitoral a omissão de informações de entrada e saída de supostos recursos de campanha. "A conclusão não encontra fundamento na investigação, mas sim numa ilação irresponsável e insustentável do inquérito." "O relatório propõe um absurdo lógico-jurídico, pois meu indiciamento leva inevitavelmente a uma conclusão patética: se eu admitisse, de forma mentirosa, que o dinheiro da compra do dossiê saiu de minha campanha, e tivesse declarado os recursos na minha prestação de contas, estaria livre de investigação", diz. Mercadante alega que demitiu o assessor Hamilton Lacerda logo que foi comprovado sua participação no caso do dossiê, e afirma que Lacerda sabia que ele não concordava com este tipo de procedimentos.

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