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Em lançamento do PAC, Lula alerta para lei eleitoral

Por CARMEN MUNARI
Atualização:

Ao lançar obras do PAC em clima de comício nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta para que essas cerimônias evitem o tom eleitoral. Segundo ele, a Justiça Eleitoral e a imprensa estão atentas a esses atos em um ano de eleição. "Está difícil lançar o PAC nesses tempos, porque estamos entrando em época de campanha", disse Lula em discurso de lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento em Osasco. "Vocês sabem que a gente tem o melhor relacionamento com a imprensa, a imprensa é extremamente democrática. Ela fala muito bem do governo todo dia. Então, a gente não pode dar pretexto para que maus jornalistas possam fazer valer essa tese", afirmou, dando tom irônico ao papel da mídia. O evento em Osasco, cidade governada pelo petista Emídio de Souza, que é pré-candidato à reeleição, contou com banda de música e ônibus transportando moradores de bairros carentes. Ocupou um terreno da periferia da cidade onde deve ser implantado um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A ministra do Turismo, Marta Suplicy, potencial candidata do PT à prefeitura de São Paulo, estava presente e foi muito aplaudida pelo público, o que levou o prefeito Emídio a brincar: "Ainda bem que você não é candidata a prefeita em Osasco." Não é comum Marta, que ainda não assumiu a candidatura, acompanhar Lula em eventos do PAC, ao contrário da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), presença freqüente nestes lançamentos. Marta não discursou. Marta mereceu citações também por parte de Lula, do ministro Fernando Haddad (Educação) e do deputado João Paulo Cunha, que mencionou os Centros de Educação Unificada (Céus), criados na gestão da ex-prefeita em São Paulo. João Paulo, cuja base eleitoral é Osasco, é um dos réus do escândalo do mensalão. "Não é legal, no lançamento do PAC, citar o nome de um ou de outro", disse Lula, referindo-se aos discursos que mencionaram nomes dos políticos presentes. Com visual informal, Lula trajava calça jeans desbotada e camisa de manga curta azul marinho. Indicando que realiza obras do PAC com todos os partidos, Lula convidou o governador paulista José Serra (PSDB) para todos os eventos no Estado e afirmou que ainda vai assinar acordo com o prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM). Serra, vaiado pelos presentes e tratado como "amigo e companheiro" por Lula, também aproveitou para diferenciar em seu discurso os momentos de eleição dos de governo. "Em eleição, os partidos brigam uns contra os outros. Tem briga, tem atrito, tem disputa democrática. No governo, temos que governar para todos e para todas. Governamos para a população", afirmou. As obras do PAC prevêem parceria entre os governos federal e estadual. Lula também esteve ao lado de Serra na sexta-feira, na inauguração de unidade da petroquímica Braskem em Paulínia (SP), e no sábado, no início da campanha de vacinação contra a gripe. O presidente ainda participou nesta segunda-feira de ato de lançamento do PAC em Guarulhos (SP), cidade governada por um petista, onde Marta o acompanhou mais uma vez. No discurso, Lula disse que oito anos é pouco para um governante.

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