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Em Goiás, secretaria de aliado está sob suspeita

Relatório aponta superfaturamento em obra com rapasses do Ministério do Turismo

Por Rubens Santos
Atualização:

GOIÂNIA - Auditoria da Controladoria-Geral da União, regional de Goiás, encontrou diversas irregularidades no processo de licitação para construção do Parque Mutirama de Goiânia. O relatório aponta superfaturamento na obra e sugere a suspensão dos repasses do Ministério do Turismo.

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O caso, que está sob investigação do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas dos Municípios, lança no olho do furacão o secretário Luiz Carlos Orro, de Esportes e Lazer de Goiânia, vinculado ao PC do B, e o prefeito da cidade, Paulo Garcia (PT).

A obra foi orçada em R$ 56 milhões. A maior parte dos recursos, cerca de R$ 46 milhões, é bancada pelo Ministério do Turismo. O restante, R$ 10 milhões, é a contrapartida da Prefeitura de Goiânia.

A auditoria da CGU, encerrada há duas semanas, pede ao Ministério do Turismo para suspender todos repasses e indica que uma nova licitação deve ser feita. O documento foi entregue, há dois dias, ao secretário municipal de Turismo, Barbosa Neto. Procurados, o prefeito e os secretários Luiz Carlos Orro e Barbosa Neto não responderam às ligações da reportagem.

A constatação da CGU, à qual o Estado teve acesso exclusivo, já provocou reação. O procurador da República, Marcelo Santiago Wolffe, que investiga a licitação, anunciou que vai requerer a suspensão da obra na Justiça Federal. "Vou pedir, novamente, a paralisação da construção do parque", disse.

Brinquedos caros. Além das irregularidades na licitação da chamada obra civil, o Parque Mutirama também enfrenta outra investigação: a licitação, no valor de R$ 29 milhões, para compra de brinquedos.

O vereador Elias Vaz (PSOL) informou, ao Ministério Público Estadual, e ao Tribunal de Contas dos Municípios, que os brinquedos adquiridos são muito velhos, têm preços superfaturados e necessitam de reforma.

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De acordo com dados levantados pelo próprio vereador, a montanha russa de grande porte, por exemplo, está custando R$ 2,6 milhões, tem cerca de 40 anos de uso, enquanto um modelo similar, encontrado por ele num site de compras, sairia por US$ 175 mil.

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