Em gesto de aproximação, Renan sai em defesa de Temer

Segundo o presidente do Senado, menção de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, a Temer é 'uma coisa mentirosa'

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Por Julia Lindner
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  Foto: Dida Sampaio|Estadão

BRASÍLIA - Em um novo gesto de aproximação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), saiu em defesa do presidente em exercício, Michel Temer, nesta quinta-feira, 16. Ao comentar a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual também é citado, Renan disse que a menção a Temer é uma "coisa mentirosa". Antigos desafetos políticos, os peemedebistas têm conversado recentemente e buscado um entendimento para alinhar o comando dos trabalhos do Executivo e do Legislativo.

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"Essa citação do Machado com relação ao presidente Michel Temer, nós que conhecíamos a relação de todos, é uma coisa mentirosa. Mais do que mentirosa, é uma coisa criminosa. Ele não tinha nem sequer essas relações com o presidente Michel para citar, para constranger Temer em uma circunstância dessa. Eu repilo", declarou Renan. Ele defendeu ainda que é preciso "criar condições" para viabilizar o governo de Temer. "O que está em torno desse governo provisório é que nós precisamos criar uma agenda, ajudar na estabilização da economia."

Segundo Renan, Temer demonstrou apoio aos seus projetos. Entre eles, está uma proposta do peemedebista de fazer um inventário das obras inacabadas no Brasil. "Vocês não têm ideia do que significa esse cemitério de obras inacabadas. Foram recursos públicos que foram colocados ali e por diferentes motivos essas obras foram abandonadas. É preciso que nós tenhamos responsabilidade fiscal para aprovar uma lei que diga que não se pode criar nenhuma nova obra enquanto não forem concluídas as obras inacabadas, a menos que seja emergencial", explicou Renan. Ainda de acordo com Renan, Temer disse que "gostou muito da ideia".

"Ao lado do Supersimples, essa medida quer dizer que o Brasil deixou de flertar com a irresponsabilidade fiscal e vai canalizar recursos, que são poucos, para essas obras", declarou, em tom de crítica ao governo anterior, da presidente afastada Dilma Rousseff.

Na madrugada desta quinta-feira, durante uma festa junina na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), Renan contou a alguns parlamentares convidados que também conversou com Temer sobre a Agenda Brasil, o que também teria sido analisado com simpatia pelo presidente - e que não contava com o apoio de Dilma. Hoje, durante coletiva, Renan disse que vai anunciar nesta tarde a "renovação" da Agenda, um grupo de medidas propostas pelo PMDB para a retomada da economia brasileira.

Como o senador Blairo Maggi (PP-MT) teve que deixar a relatoria da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional para assumir o ministério da Agricultura, Renan estuda agora um novo nome para a relatoria do colegiado que analisa a Agenda Brasil. Na festa junina de Kátia, ele disse que cogitava indicar o nome da própria senadora para a vaga. O presidente do Senado não quer indicar nenhum parlamentar que seja membro da Comissão Especial do Impeachment, para evitar a interrupção dos trabalhos e garantir maior celeridade na tramitação do projeto.  

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