Em estreia internacional, Dilma adota perfil discreto

Presidente eleita não discursou para líderes no encontro do G20 em Seul.

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Por Rogerio Wassermann
Atualização:

Lula apresentou Dilma a líderes presentes no encontro A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como convidada durante a reunião de cúpula do G20, encerrada nesta sexta-feira, em Seul (Coreia do Sul), adotou um perfil discreto em sua "estreia" no cenário político internacional, evitando roubar a cena da "despedida" do atual mandatário. Dilma acompanhou Lula em todos os compromissos oficiais durante a visita à Coreia do Sul, incluindo reuniões bilaterais com o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o jantar de abertura da cúpula, na quinta-feira. Durante o jantar, Lula aproveitou para apresentar Dilma aos demais líderes dos países do G20, e a presidente eleita teve a oportunidade de trocar palavras informais com eles. Em seu discurso durante a reunião desta sexta-feira, o atual presidente chegou a fazer uma referência à sucessora, afirmando que "o futuro a Dilma pertence". Mas, respeitando o cerimonial, que previa participação ativa apenas dos chefes de Estado ou de Governo em exercício, a presidente eleita não fez pronunciamentos oficiais durante a reunião. Caças Dilma chegou a dar entrevistas antes do encontro repetindo as críticas já feitas por Lula à política monetária americana, acusada de provocar a desvalorização do dólar, mas se negou a comentar questões práticas relativas ao futuro governo, como a formação do ministério ou medidas concretas a serem tomadas a partir do dia 1º de janeiro, quando toma posse. Durante o encontro com Sarkozy, Dilma também acompanhou a discussão sobre um tema que poderá ter de resolver no próximo governo: a compra de 36 caças pela Força Aérea Brasileira. Em entrevista após o fim da cúpula, Sarkozy afirmou ter dito ao presidente e à presidente eleita que espera que a companhia francesa Dassault vença a concorrência para vender os caças Rafalle, num contrato estimado em US$ 4 bilhões. "A expectativa é vencer (a concorrência para a venda dos caças). Mas a decisão está nas mãos das autoridades brasileiras. Estou confiante", disse Sarkozy. Dilma chegou a Seul na quarta-feira à tarde, após ter viajado em voo de carreira acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, gerando especulações - não confirmadas pelos dois - de que ela o teria convidado a permanecer no posto no próximo governo. Logo após o fim da reunião desta sexta-feira, Lula e Dilma retornaram juntos a Brasília no avião da Presidência, deixando Mantega em Seul para comentar os resultados do encontro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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